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Você tem se sentido mais esquecido, cansado mentalmente ou com dificuldade de foco? Esses sintomas, conhecidos como “névoa cerebral”, tornaram-se comuns após a Covid-19 e continuam sendo estudados por cientistas do Brasil e do mundo.

Pesquisadores da Rede Sarah identificaram que cerca de 30% dos pacientes pós-Covid apresentam queixas de memória e atenção. Em estudos com mais de 600 pessoas, o uso de estratégias compensatórias — como checklists, planejamento e organização da rotina — trouxe melhora para 70% dos participantes.

No cenário internacional, uma pesquisa da Alzheimer’s Association, liderada pelo neurologista Gabriel de Erausquin, mostrou que idosos que tiveram Covid grave e perda de olfato têm duas vezes mais risco de desenvolver sintomas semelhantes à demência.

Já cientistas da UFRJ e UniRio descobriram que a proteína Spike, sozinha, pode causar prejuízos de memória em experimentos com camundongos, o que pode levar a novas terapias preventivas.

Especialistas da USP também reforçam a importância da reabilitação precoce com apoio multidisciplinar e hábitos saudáveis. Segundo a professora Eliane Miotto, quanto antes o cérebro for estimulado, maiores são as chances de recuperação.

O consenso é claro: o esquecimento pós-Covid não é frescura — é consequência real da infecção. Mas há esperança. Com tratamento, rotina organizada e estímulo cognitivo, o cérebro pode se reprogramar e recuperar seu desempenho.