
Há tempos, o nome de Fátima Bezerra ecoa no cenário político potiguar. Professora, sindicalista e também teve sua imagem de uma parlamentar combativa, construiu sua trajetória principalmente com a bandeira da educação e dos direitos sociais. E foi justamente nesse campo que ela teve maior destaque.
Em cada cargo Fátima tentou deixar sua marca. Quando esteve como deputada federal e senadora, Bezerra foi peça-chave na expansão dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFRN) no Rio Grande do Norte. Seu empenho, junto de tantos outros nomes, é o que pode ter garantido a instalação de unidades em diversas regiões do estado, democratizando o acesso ao ensino técnico e superior e transformando realidades locais.
Mas o tempo passou, e o cenário mudou. Hoje, como governadora reeleita e aliada do governo federal, enfrenta um paradoxo que intriga até seus apoiadores mais fiéis: por que, mesmo com afinidade ideológica e partidária com Brasília, sua gestão parece ter dificuldades em destravar investimentos e projetos estruturantes para o RN?
De articuladora a gestora: o desafio da interlocução
Quando esteve no Congresso, Fátima era conhecida por sua habilidade de articulação. Sabia onde e como pressionar, com quem dialogar e como mobilizar forças em prol do estado. A pauta dos IFRNs é um exemplo emblemático: ela não apenas garantia recursos, como também acompanhou de perto cada etapa da implantação.
Como governadora, no entanto, a dinâmica é outra, totalmente diferente. A diálogo com o governo federal está aparentemente exigindo mais do que afinidade partidária — requer influência, capacidade técnica e, sobretudo, prioridade política. E é aí que o RN parece ter perdido espaço. Enquanto outros estados colhem frutos de parcerias com ministérios e bancos públicos, o Rio Grande do Norte ainda luta para destravar obras, ampliar repasses e consolidar projetos estratégicos.
No fim, o que fica é a sensação de que não estamos andando para a frente. Vemos nas redes sociais uma Fátima dançarina, brincalhona, risonha, mas com linguagem corporal de quem está cansada e apertou em um botão misterioso do "tô nem aí". Esse "tô nem aí" se reflete muito nas ações.
Aguardamos o próximo governador, afinal, a impressão que dá é que dessa gestão não virá mais nenhum desenvolvimento.
O povo não quer viver no passado
Fátima Bezerra tem que entender que governar exige mais do que memória de feitos passados — exige resultados concretos no presente. A comparação entre sua atuação parlamentar e sua gestão estadual revela um contraste que precisa ser enfrentado com coragem e autocrítica.
O povo potiguar não quer apenas lembrar dos IFRNs. Quer ver o estado avançar, com obras, empregos e dignidade. E para isso, é preciso que a governadora reencontre sua voz — aquela que, no Congresso, fazia o RN ser ouvido em alto e bom som.
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