O Rio Grande do Norte registrou recentemente dois ataques violentos de cães contra seres humanos, levantando questões sobre a segurança e a responsabilidade na criação de animais de raças consideradas agressivas. Em menos de um mês, três pessoas foram atacadas por pitbulls e rottweilers, resultando em graves ferimentos e até mesmo em amputações.

No primeiro caso, ocorrido em Riachuelo, uma idosa de 61 anos, a professora aposentada Francisca de Lima Félix, foi atacada por um pitbull e um rottweiler enquanto fazia uma caminhada. Os cães, que estavam soltos devido a um portão aberto, avançaram violentamente sobre ela, atingindo principalmente a cabeça e os braços. Francisca foi socorrida por moradores e levada ao Hospital Walfredo Gurgel, em Natal, onde passou por cirurgia e permanece em estado estável. O caso traz à tona o perigo da falta de controle sobre animais potencialmente agressivos.

A gravidade da situação se intensificou, quando um autônomo de 57 anos, Juvenal Gomes de Souza, sofreu um ataque brutal de dois pitbulls em Extremoz, na Grande Natal. Os cães estavam soltos em um terreno em construção e atacaram a vítima quando esta passava pela rua. O homem perdeu os dois braços e segue internado em estado crítico na UTI do Hospital Walfredo Gurgel. Testemunhas afirmam que os mesmos cães já haviam matado um cachorro de um vizinho recentemente, evidenciando um histórico de agressividade.

Os dois episódios se somam a um caso ainda mais trágico ocorrido no dia 15 de janeiro, quando um menino de quatro anos morreu em Touros após ser atacado por dois cães soltos pela avó. O menino chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos.

Cuidados e Responsabilidade

A frequência desses ataques acende um alerta para os riscos envolvidos na posse de cães de raças conhecidas por sua força e instinto protetor. O comportamento dos animais pode variar de acordo com a criação e treinamento, mas é essencial que os proprietários adotem medidas de segurança rigorosas:

  1. Confinamento Seguro: Cães de grande porte e força devem ser mantidos em espaços seguros, com portões trancados e muros adequados para impedir fugas.

  2. Uso de Guia e Focinheira: Em locais públicos, é imprescindível o uso de guia e, quando necessário, de focinheira, prevenindo ataques inesperados.

  3. Treinamento e Socialização: A educação do animal desde cedo reduz comportamentos agressivos e favorece a interação segura com humanos e outros bichos.

  4. Supervisão Contínua: Cães não devem ser deixados soltos sem supervisão, especialmente em locais de acesso público.

  5. Responsabilização dos Donos: Em caso de ataques, os proprietários podem ser responsabilizados civil e criminalmente, dependendo da negligência comprovada.

A tragédia dessas ocorrências reforça a necessidade de medidas preventivas para evitar novas vítimas. A posse responsável de animais é fundamental para garantir a segurança de todos e prevenir situações de risco tão devastadoras.