Imagem: Agência Brasil

O Ministério Público Federal (MPF) apresentou acusações contra três indivíduos adicionais por envolvimento no tráfico internacional de drogas, como resultado das investigações conduzidas pela Operação Maritimum. Orlando José dos Santos Júnior, João Tarcísio Cassuli e Cristiane Fontes da Silva estão enfrentando acusações por fazerem parte de uma organização criminosa dedicada ao envio de cocaína para outros países através de navios. Desde o começo das investigações em 2021, mais de 14 toneladas da substância ilícita foram confiscadas. O MPF já havia formalizado acusações na Justiça Federal contra 54 integrantes dessa organização no ano anterior.

Orlando José dos Santos Júnior, denunciado por tráfico internacional de drogas, foi detido próximo à cidade de Canguaretama (RN) em setembro de 2022, quando estava transportando mais de uma tonelada de cocaína dentro do caminhão que conduzia. A análise do celular de Orlando, com permissão judicial, revelou sua consciência sobre o conteúdo ilícito da carga transportada, bem como conversas referentes a estratégias para ocultar a droga e preocupações com a fiscalização nas estradas.

No que diz respeito a João Tarcísio Cassuli, ele foi identificado no início das investigações como um dos motoristas encarregados do transporte e entrega da droga nos portos do país. Em decorrência disso, a Justiça emitiu mandados de busca e apreensão, juntamente com prisão preventiva para João Cassuli. Em julho de 2022, a Polícia Federal (PF) cumpriu esses mandados e descobriu cerca de 42 kg de cocaína dentro de um contêiner na carreta do acusado.

A terceira acusada é Cristiane Fontes da Silva, esposa de Maurício Passos de Oliveira e sogra de Higor Galvão de Melo, ambos já acusados anteriormente pelo MPF como participantes da organização criminosa. As investigações demonstraram que Cristiane, além de estar ciente das atividades ilegais do grupo, começou a executar tarefas sob a orientação de João Paulo Ribeiro, líder da organização criminosa, que também foi acusado em 2022. Conforme mensagens encontradas no celular de Cristiane, ficou evidente que ela estava envolvida no recrutamento de pessoas nos portos para facilitar a entrada da droga nos navios.

No mês de abril de 2022, o MPF formalizou acusações contra Maurício Passos de Oliveira, Juan Barreto Cardoso Pardal e Vítor da Silva pelos crimes de tráfico internacional de drogas e associação para o tráfico. Na sentença de primeira instância, a Justiça Federal acatou parcialmente as acusações, condenando os réus pelo tráfico internacional, mas absolvendo-os da acusação de associação para o tráfico. O MPF recorreu, e o Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5) julgou o recurso em junho deste ano, decidindo por unanimidade dar provimento ao apelo do MPF e reformulando as penas aplicadas, incluindo a acusação de associação para o tráfico.

Maurício, Juan e Vítor foram detidos em flagrante em 9 de fevereiro de 2022, transportando aproximadamente 380 kg de cocaína às margens do rio Potengi, em Natal (RN). O grupo planejava embarcar a carga ilícita em um navio atracado no porto de Natal, com destino à Europa. A abordagem foi realizada pela Polícia Militar, que encontrou 14 bolsas contendo a droga em três veículos e uma pequena embarcação destinada a transportar os entorpecentes até o navio. Além dos três acusados, outros criminosos estavam envolvidos na ação, mas conseguiram escapar no momento da abordagem policial.

A Operação Maritimum teve início com a apreensão de 553 kg de cocaína em um contêiner carregado com limões no porto de Natal, em julho de 2021. A droga tinha como destino o porto de Roterdã, na Holanda. Durante as investigações, a PF identificou as atividades do grupo criminoso especializado no tráfico internacional de drogas através de transporte marítimo. Além de operar principalmente em Natal, o grupo também estava ativo nos portos de Santos (SP), Salvador (BA), Mucuripe (CE) e Barcarena (PA). A droga era destinada a terminais portuários na Europa, Ásia e África.

A organização criminosa, majoritariamente composta por indivíduos de São Paulo, era liderada por João Paulo Ribeiro, conhecido como Bokinha ou BK. O grupo coordenava o transporte de drogas da fronteira do Brasil para armazéns próximos aos portos, utilizando empresas de transporte e exportação de cargas legais como fachada para ocultar o esquema. Além de colocar a droga nos contêineres antes de chegar aos portos, o grupo também agia transportando os entorpecentes em pequenas embarcações até os navios, onde seriam içados e acomodados nos contêineres.

Via Assessoria MPF