O candidato do PCB a prefeito de Natal, Roberto Lopes, responsabilizou o candidato do PDT e ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves, pelo acidente que matou uma criança e que feriu gravemente dezenas de alunos em decorrência do desabamento do teto da quadra esportiva da Escola Municipal Marise Paiva, em junho 2004. Em entrevista esta manhã ao “Jornal da Cidade”, da FM 94, Roberto Lopes comparou a qualidade da educação nas gestões de Carlos Eduardo e Micarla de Sousa (PV), e declarou: “A gestão de Carlos Eduardo na educação foi a mesma coisa. A única coisa que teve de diferente foi que o teto de uma escola caiu na cabeça de aluno. Isso foi lamentável. Acho que a sociedade toda acompanhou isso”, afirmou.
Indagado se a responsabilidade do fato poderia ser do ex-prefeito, o candidato do PCB afirmou que sim. “Se você dirige um automóvel e comete um acidente, quem é o responsável? A polícia chega, os órgãos competentes vão avaliar, vão levantar os dados para saber quem é o responsável. Do mesmo jeito o município. Ora, se eu dirijo o município, de quem foi o erro?”, disse o candidato, afirmando que a sociedade deve estar vigilante com relação a questões como essa e evitar votar em candidatos que já tenham cometido erros administrativos.
“É importante observar o trabalho de quem já foi prefeito e que pretende ser prefeito de novo, para a gente não cometer o equívoco de votar novamente errado e depois ficar chorando pelos cantos porque votou errado e ficar fazendo manifestação e banalizando os movimentos sociais”, observou. “O maior manifesto será no dia 07 de outubro, quando as pessoas vão às ruas tentar mudar a cara de Natal através de um novo governo que está se propondo, um governo popular e alternativo para Natal”.
Ainda ao comparar a educação nas gestões de Micarla e Carlos Eduardo, Roberto citou o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), que apontou melhor desempenho da prefeita Micarla de Sousa. “Os índices do IDEB na época do ex-gestor foram pior do que está hoje na administração atual”, disse, declarando que os modelos de Micarla e Carlos são de gerenciar a saúde com leitura burguesa. “Nós propomos um diferencial. Nós precisamos construir um modelo de educação rica, sólida, que ocupe não só a mente do estudante com educação tradicional dos livros, mas que ele possa desenvolver atividades paralelas, como educação física, cultura e música”.
MEMÓRIA
A cobertura do pátio do Centro Educacional Marise Paiva desabou no dia 19 de junho de 2004. No momento, 300 pessoas, entre pais, alunos e professores, participavam de uma festa junina promovida pela escola. Das três crianças internadas em estado grave no Hospital Walfredo Gurgel, Patrício Medeiros de França, quatro anos, morreu ao fim de 10 dias de internação. Vários laudos para apurar as causas do desabamento foram solicitados por diferentes órgãos e instituições. As aulas na escola foram retomadas quatro meses depois da tragédia. Até hoje, ninguém foi punido pelo desabamento.
Por Jornal de Hoje