Os projetos hídricos do Nordeste do Brasil estão sendo avaliados pelo Banco Mundial como possíveis alvos de estudo para os próximos dezoito meses em relação às variações climáticas. No Rio Grande do Norte, a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMARH) recebeu nesta terça-feira (22) a comissão do banco e apresentou a Bacia Hidrográfica Piranhas-Açu como projeto hídrico que poderá ser piloto para estudo de mudanças climáticas em situações extremas.
A Bacia Hidrográfica Piranhas-Açu é localizada nos estados do Rio Grande do Norte e da Paraíba, com divisão em seis trechos e possui 43 mil quilômetros de extensão e 47 reservatórios. A Bacia foi indicada pela SEMARH pela diversidade em situações de seca e enchentes e mudanças econômicas e sociais no abastecimento dos estados, além de ser uma das vias da transposição do Rio São Francisco.
A apresentação técnica do projeto foi feita pela coordenadora de Gestão de Recursos Hídricos, Joana D`arc Freire que explicou os detalhes da Bacia, como a segurança hídrica. "Os eventos extremos como seca e enchentes na região da Bacia são os pontos mais importantes de discussão: temos que garantir o abastecimento de água para consumo humano e ao mesmo tempo, evitar que os períodos chuvosos criem situações de enchentes, prejudicando o setor econômico do Estado", explica.
De acordo com a coordenadora, as situações extremas de secas ocorrem mais na região Seridó do Estado e as enchentes, no Vale do Açu, afetando a produção da fruticultura irrigada, uma das principais atividades econômicas do Estado.
Durante a reunião, o secretário-adjunto, Jader Torres destacou a melhoria na estrutura da Bacia Piranhas Açu com as obras complementares como a Barragem de Oiticica, assegurada pela presidenta do Brasil, Dilma Rousseff como prioridade.
Os representantes do Banco Mundial questionaram a demanda de investimentos na Bacia e informações técnicas como hidrologia, previsões climáticas e gestão dos recursos hídricos para os estados. O especialista em recursos hídricos do Banco Mundial, Erwin De Nys, solicitou ainda um modelo de custos e benefícios para a região e disse que a Bacia Piranhas-Açu atende as demandas necessárias ao estudo.
A equipe do Banco Mundial vai conhecer na quarta-feira (23) a estrutura da Bacia Piranhas-Açu no território potiguar. Se escolhido, o projeto piloto será executado pelos pesquisadores do banco até o final de 2012 e servirá de base para novos projetos hídricos em todo o mundo. O benefício para o estado será contar com as informações para nortear as políticas públicas voltadas ao desenvolvimento de recursos hídricos.
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