Enquanto o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros (Seturn) trabalha junto à Prefeitura do Natal o aumento de, aproximadamente, 30% no valor da tarifa de ônibus, os integrantes do Sindicato dos Permissionários de Transporte Opcional de Passageiros do RN (Sitoparn) cobram o cumprimento dos itens incluídos no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado pelo Seturn no início de 2010 e a manutenção do preço atual.

Caso a Prefeitura do Natal aprove o aumento proposto pelos Seturn, o custo da passagem subirá de R$ 2 para R$ 2, 30. “Defendemos que o valor deve permanecer o mesmo enquanto os termos não forem cumpridos. O transporte alternativo manterá a passagem em R$ 1,80 e estamos articulados com o movimento estudantil e conselhos comunitários de Natal para que Prefeitura não ceda aos interesses dos empresários”, ressalta o dirigente do Sitoparn, Nivaldo Andrade.

Dentre os itens acordados no TAC, Nivaldo Andrade destaca a unificação da bilhetagem eletrônica que garante à população o direito de escolher o transporte coletivo que deseja usar. “Da forma como é hoje, o usuário é prisioneiro do sistema de ônibus. E o direito de escolha é do povo tendo em vista que algumas rotas de ônibus não chegam aonde o passageiro precisa, assim como também acontece com os alternativos”, explica.

Nivaldo Andrade observa que existem 120 permissionários atuando nas linhas do transporte alternativo e, segundo ele, este número é o mesmo de 12 anos atrás, quando o sistema foi implantado. “Quando o transporte alternativo foi criado em Natal, representávamos cerca de 30% da frota de ônibus, que a época era de 600 carros. Hoje, o Seturn mantém quase mil ônibus rodando e nossa frota é a mesma”, diz o dirigente. Segundo ele, sem a unificação da bilhetagem, a categoria não tem como investir na ampliação da frota, tendo em vista a concorrência desleal.

A unificação da bilhetagem eletrônica está em discussão entre o Sitoparn, Seturn e Prefeitura de Natal – responsável pela regulamentação do serviço de transporte público -, porém, a decisão se arrasta. “Enviamos mais um oficio solicitando audiência com o chefe do gabinete civil, Kalazans Bezerra, há oito dias, mas ainda não obtivemos resposta. Não concordamos com o reajuste sem o cumprimento do TAC e este tema precisa ser discutido com a sociedade”, enfatizou.