O coordenador de Hospitais da Secretaria Estadual de Saúde (Sesap), José Renato Machado, declarou não entender os motivos que levaram os clínicos gerais a deflagrarem a greve. Segundo ele, secretaria e profissionais se encontravam em plena negociação e algumas das reivindicações já haviam sido garantidas. “Transferimos clínicos do João Machado para cá (Walfredo Gurgel), já que a principal reivindicação era a falta de médicos e, com relação à produtividade, já havia ficado acordado que iríamos atender”, declarou.
 Em relação à gratificação por produtividade, o objetivo dos clínicos é passar a receber o mesmo valor concedido a outras categorias, como os cirurgiões e ortopedistas, o que representaria um aumento de R$ 700 para cerca de R$ 1.500 por mês. O valor final pretendido, no entanto, é ainda maior: R$ 3 mil. Já com relação à falta de médicos, a categoria exige uma escala com pelo menos quatro clínicos por plantão. “Para isso seriam necessários cinco a seis médicos de 40 horas e estamos trazendo até mais (17 ao todo, sendo oito para o pronto-socorro)”, enfatizou José Renato.

Ele defendeu que o Walfredo Gurgel é hoje uma unidade de saúde bem equipada e lembrou que outra reivindicação, a exigência do pagamento de um piso salarial de R$ 7.200, cuja adoção em todo Brasil vem sendo discutida no Congresso Nacional, não depende da Sesap. “Não vejo justificativa para a greve”, resumiu o coordenador. Reuniões de negociação já estavam marcadas e José Renato alerta que a paralisação vem sobrecarregando os clínicos mantidos na escala e prejudicando a população.
O presidente do Sindicato dos Médicos (Sinmed), Geraldo Ferreira, rebate os argumentos garantindo que há, sim, uma forte razão para a greve. “A paralisação está ocorrendo porque tudo foi acordado, mas o acordo não foi cumprido”, declarou. De acordo com ele, o que está se buscando com o movimento é a concretização das promessas feitas por parte da Secretaria de Saúde e do Governo do Estado, em relação ao número de profissionais nas escalas, aumento do valor pago pela produtividade, retirada dos pacientes dos corredores e melhores condições de trabalho.
Com informações da TN