Com a reativação da economia ainda aquém do desejável, o ministro do Trabalho e Emprego, Brizola Neto, já passa a admitir uma previsão menor de geração de empregos formais no ano, com redução do piso estimado para 2013.

A previsão otimista de criar entre 1,75 milhão e 2 milhões de empregos deu lugar a um cenário "possível" de um piso de 1,5 milhão. O teto de 2 milhões de vagas está mantido, mas apenas em cenário "realmente positivo", avalia o ministro.

O IBGE divulgou nesta sexta-feira que o crescimento do PIB em 2012 foi fraco, de apenas 0,9%, preocupando analistas sobre a chance de retomada da economia.

"Num país que está com taxa de pleno emprego, o saldo positivo vai se tornando cada vez mais difícil de ser alcançado e, principalmente, um saldo de dois milhões de empregos ao ano", afirmou o ministro.

As projeções do Ministério do Trabalho são feitas em intervalos porque há dois tipos de medição de novas vagas criadas no ano: o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e a Relação Anual de Informações Sociais (Rais), que inclui ainda o aumento de vagas no serviço público.

O resultado do Caged em janeiro decepcionou, com criação de 28,9 mil postos de trabalho, ante um saldo de 118,8 mil vagas geradas no primeiro mês de 2012.

Na avaliação do ministro, além das demissões já esperadas dos temporários do comércio em janeiro, surpreendeu a baixa criação de vagas no setor de serviços, que "só agora" capta o processo de retração da atividade econômica. Esse movimento, segundo ele, já foi superado pela indústria, segmento que mais criou vagas em janeiro --43,3 mil novos empregos.

"Se você desdobrar o Caged, vai ver que tem pontos interessantes, como a retomada do emprego na indústria. Esse é um sinal alentador porque o aquecimento da indústria sugere reaquecimento de todos os outros setores em cadeia", explicou o ministro. "A indústria é a primeira a despertar e ela vai despertando outros setores. O último é o de serviços, que teve a principal queda no Caged do mês de janeiro".

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