Agora é oficial. A prefeita de Parnamirim, Professora Nilda, nomeou sua própria filha, Renata Cruz, como nova secretária municipal de Serviços Urbanos (SEMSUR). A nomeação foi publicada no Diário Oficial do Município nesta quarta-feira, 24, e reacende o debate sobre a prática recorrente de familiares ocuparem cargos estratégicos dentro da administração pública.

Renata Cruz, filha da prefeita, passa a ocupar formalmente um espaço que, na prática, já vinha exercendo nos bastidores da gestão. Embora seja reconhecida como articuladora política, sua ascensão ao cargo reforça a percepção de que a prefeitura tem se transformado em um ambiente dominado por laços familiares, em vez de abrir espaço para técnicos independentes ou lideranças comunitárias sem vínculos diretos com o poder.

A trajetória de Renata é descrita como marcada pela capacidade de diálogo e maturidade administrativa. No entanto, críticos apontam que tais atributos não justificam a concentração de poder em uma única família, o que pode comprometer a pluralidade de ideias e a transparência da gestão. A secretaria de Serviços Urbanos, responsável por demandas essenciais como limpeza pública e manutenção da cidade, deveria ser conduzida por alguém escolhido pelo mérito e não pelo sobrenome.

A proximidade com secretários e lideranças comunitárias é apresentada como um ponto positivo, mas também levanta questionamentos: até que ponto essa influência é fruto de competência própria e não da autoridade herdada por ser filha da prefeita? A prática de nomear parentes, ainda que dentro da legalidade, gera desconfiança e alimenta críticas sobre nepotismo institucionalizado.

Embora a administração municipal defenda que a indicação segue parâmetros legais, a repetição desse modelo em diversos municípios não elimina o problema ético. A população espera que cargos estratégicos sejam ocupados por profissionais escolhidos pela experiência e capacidade técnica, e não por vínculos familiares que perpetuam dinastias políticas locais.

A aposta da gestão é que Parnamirim avance com eficiência e responsabilidade. Mas, para muitos cidadãos, o avanço só será real quando o poder público deixar de ser tratado como extensão da família de quem governa.