O caso da universitária Zaira Cruz, ocorrido durante o carnaval de Caicó em 2019, voltou a ganhar destaque com o julgamento realizado em Natal. Zaira, de apenas 21 anos, foi encontrada morta após participar das festividades, e as investigações apontaram que ela havia sido vítima de violência sexual e estrangulamento. O principal acusado foi o sargento da Polícia Militar Pedro Inácio Araújo de Maria, ex-namorado da jovem, que sempre negou envolvimento no crime. O processo se arrastou por anos, com grande repercussão social e forte comoção popular, especialmente no Rio Grande do Norte, onde o caso se tornou símbolo da luta contra a violência de gênero.

Durante o júri popular, realizado em Natal, foram ouvidas mais de 20 testemunhas entre acusação e defesa. A promotoria sustentou que as provas periciais confirmavam o estupro e o homicídio, enquanto a defesa alegava inconsistências nos laudos e defendia a tese de morte natural. O julgamento foi marcado por debates intensos e pela lembrança de uma primeira tentativa de júri, que havia sido cancelada meses antes após a saída dos advogados do réu do plenário. A família de Zaira, por sua vez, sempre defendeu que a jovem foi brutalmente assassinada e aguardava por justiça.

Ao final do processo, o júri popular decidiu pela condenação de Pedro Inácio Araújo de Maria a 20 anos de prisão pelos crimes de estupro e homicídio. A decisão foi recebida com alívio pela família da vítima e pela sociedade, que acompanhava o caso há mais de seis anos. A sentença representa não apenas a responsabilização do acusado, mas também um marco importante na luta contra a impunidade em crimes de violência contra mulheres no estado. O desfecho reforça a necessidade de justiça célere e eficaz para casos semelhantes, que ainda são recorrentes em todo o país.