Duas alunas de Medicina, Gabrielli Farias de Souza e Thaís Caldeiras Soares Foffano, vieram a público para se pronunciar após a repercussão de um vídeo nas redes sociais em que comentavam um raro caso de transplante de coração realizado três vezes em uma mesma paciente.
Declaração das estudantes
“Estamos vindo a público para dizer à família que nós realmente sentimos pela perda. E deixar claro que nossa intenção jamais foi expor. A única intenção do vídeo foi demonstrar surpresa por um caso clínico raro que tomamos conhecimento dentro de um ambiente de prática e aprendizagem médica”, afirmaram em vídeo enviado ao G1.
Elas destacaram que não tiveram acesso à paciente ou ao prontuário médico e que nenhuma imagem relacionada à mulher foi divulgada. “Nem sabíamos o seu nome completo”, completaram.
Vídeo e repercussão
Na gravação — posteriormente apagada — as estudantes expressaram surpresa pelo fato de a paciente ter passado por três transplantes cardíacos. Em tom considerado satírico por muitos internautas, uma delas chegou a perguntar: “Ela acha que tem sete vidas?”.
O comentário foi duramente criticado e gerou indignação, especialmente após a notícia da morte da paciente dias depois da publicação do vídeo.
Posicionamento das instituições
Thaís é aluna da Faculdade da Saúde e Ecologia Humana (Faseh), em Belo Horizonte, e Gabrielli estuda na Universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo. Ambas as instituições divulgaram notas afirmando que as falas não refletem os princípios nem os valores que defendem.
O caso foi apresentado às estudantes durante um curso de curta duração no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), onde a paciente estava internada. A USP esclareceu que nenhuma das duas possui vínculo com a instituição ou com o InCor.
Investigação e queixa
A família da paciente tomou conhecimento das declarações, registrou queixa na delegacia e apresentou denúncia ao Ministério Público. O caso está sendo investigado como injúria por meio de inquérito policial.
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