Maria Rita Serrano
Imagem: Antonio Cruz - Agência Brasil

A saída de Maria Rita Serrano da presidência da Caixa Econômica Federal está em vias de ocorrer e está inserida em um contexto de negociações políticas entre o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o Centrão.

Essa negociação tem como objetivo garantir o apoio no Congresso Nacional das legendas União Brasil, PP e Republicanos às agendas e projetos do Palácio do Planalto.

Atualmente, essas negociações estão em estágio avançado, com foco na seleção do indivíduo que ocupará o cargo que será deixado por Maria Rita Serrano. Dentre os candidatos cotados, Paulo Henrique Bezerra, atual presidente do Banco de Brasília, é apontado como o favorito. Outras alternativas incluem Pedro Ermírio de Almeida Freitas Filho e Gilberto Occhi.

No entanto, a escolha do novo presidente não é a única questão em jogo aqui. O Centrão também está propondo nomes para ocupar as vice-presidências do banco, mas o governo Lula está relutante em transferir o controle da área que supervisiona o programa "Minha Casa Minha Vida."

Outro ponto de conflito nas negociações é a falta de uma candidata feminina para substituir Maria Rita Serrano. Lula tem pedido ao Centrão que indique uma mulher para a posição.

Embora a troca na presidência da Caixa seja inevitável, há a possibilidade de que essa transição seja adiada para o início de 2024. A afirmação pública de Lula de que não planeja alterar o comando do banco em 2023 gerou algum desconforto com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Isso ocorreu poucos dias após Lira declarar que o acordo com o Centrão incluía a transferência do controle da Caixa para o grupo político.

No entanto, Lula explicou a Lira que a transição precisa ser cuidadosamente planejada, o que pode requerer algum tempo. O presidente garantiu que a Caixa continuará sob a influência do Centrão e destacou que a transição ocorrerá de forma estratégica.