Durante o 50º Congresso Brasileiro de Análises Clínicas, realizado em Campinas até o dia 18, destaque foi dado a uma pesquisa inovadora liderada por Gustavo Alves Andrade dos Santos, doutor em biotecnologia e colaborador da Unicamp. Em seu pós-doutorado na USP de Ribeirão Preto, o professor Santos vem explorando a possibilidade de detectar sinais precoces do Alzheimer por meio da análise da saliva.
Segundo ele, a saliva é composta por centenas de substâncias que podem indicar alterações no organismo, e estudos já apontam que é viável identificar a doença por esse fluido. Agora, o projeto — iniciado em 2012 — está avançando para incluir pessoas de diferentes faixas etárias, já que as proteínas ligadas à degeneração dos neurônios começam a se acumular até 20 anos antes do aparecimento dos primeiros sintomas.
🧪 Alzheimer como doença contínua
O pesquisador explica ainda que o Alzheimer passou a ser visto como uma enfermidade contínua, não limitada à terceira idade. A classificação tradicional em fases leve, moderada e avançada foi ampliada para incluir também:
Estágio pré-clínico: quando as proteínas nocivas começam a se formar
Etapa prodrômica: período anterior ao início da doença, com sintomas leves e difíceis de identificar
Essa abordagem reforça a importância de métodos de detecção precoce — como o uso da saliva — que podem transformar o cenário do diagnóstico e tratamento da doença no Brasil.
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