Imagem: Ricardo Stuckert/Presidência da República

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta segunda-feira (11) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) encontra-se "profundamente implicado" devido ao acordo de delação premiada entre a Polícia Federal e Mauro Cid, ex-assessor de Bolsonaro.

"Minha opinião é que ele está profundamente implicado. A cada dia, novas revelações surgem, e estamos gradualmente adquirindo mais certeza de que havia uma ameaça de golpe e que o ex-presidente estava profundamente envolvido nessa situação", afirmou Lula durante uma coletiva de imprensa em Nova Délhi, na Índia, onde participou da cúpula do G-20.

No último sábado (9), o acordo de delação foi validado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. O ministro também concedeu liberdade provisória a Mauro Cid, que agora está usando uma tornozeleira eletrônica e foi afastado de suas funções no Exército.

No que diz respeito à delação premiada, o acordo envolve a colaboração nas investigações sobre a falsificação de cartões de vacinação e a venda de joias recebidas por Bolsonaro. De acordo com a legislação, a delação pode ser revogada em caso de omissão deliberada de informações relevantes sobre os eventos objeto da colaboração e se o colaborador retomar atividades ilícitas relacionadas ao assunto da colaboração. Em outras palavras, se Mauro Cid não revelar completamente tudo o que sabe sobre os eventos sob investigação, ele pode perder os benefícios do acordo.

O tenente-coronel foi detido em Brasília no dia 3 de maio como parte de uma operação que investiga se houve fraude no cartão de vacinação de Bolsonaro para favorecer o ex-presidente, além de sua suposta participação em uma tentativa de golpe de Estado. Ele também está sendo investigado no caso das joias sauditas.