A Operação Hígia foi uma operação da Polícia Federal deflagrada a sexta-feira do dia 13 de junho de 2008, na cidade de Natal e, em menor escala, na cidade de João Pessoa.

A operção denunciou um esquema de corrupção na Secretaria de Saúde do Estado, com fraude em licitações, crimes de corrupção e tráfico de influência.

Na oportunidade, foram cumpridos mais de 40 mandados de busca e apreensão e 13 mandados de prisão. Entre os presos, encontrava-se o filho da então governadora do estado do Rio Grande do NorteWilma de Faria, além de funcionários públicos. O escândalo teve repercussão nacional.

Naquele fatídico dia, a imprensa registrou que a então governadora, ao tomar conhecimento da prisão do filho, passou mal e precisou de socorro médico.

No mesmo dia, a cúpula do governo se reuniu para discutir a crise instaurada pelo escândalo.

Na segunda-feira, 16 de junho, a governadora afirmou que acredita na inocência do filho e que a prisão foi "desnecessária", pois ele tem residência fixa e "não se negaria a prestar esclarecimentos”.

A Operação é resultado de uma ramificação de outra investigação.

Segundo a polícia Federal, foi descoberto um esquema de facilitação em licitações, onde umas poucas empresas sempre saíam vencedoras e assinavam contratos superfaturados, com participação de funcionários públicos do próprio governo do estado.

Entre esses funcionários, estava Lauro Maia, filho da então governadora do estado, Wilma de Faria — à data do evento, Lauro Maia trabalhava como assessor parlamentar no gabinete do pai, o deputado estadual Lavoisier Maia.

Segundo cálculos da Polícia Federal, os desvios de dinheiro público chegaram a R$ 36 milhões.

O nome de Hígia, a deusa da limpeza na Mitologia Grega, está relacionado ao fato de as empresas serem principalmente da área que presta serviços de limpeza ao governo do estado do Rio Grande do Norte.


Morte de um dos Réus



Alguns anos após a operação, em 01 de junho de 2011, uma das principais personagens da operação o empresário e Advogado Anderson Miguel, réu e delator no processo, foi executado dentro de seu escritório, em Natal.

Na época um homem chegou se apresentando como cliente, entrou na sala de Anderson, deu cinco tiros em direção à cabeça dele e depois fugiu.

 Um suspeito foi localizado e detido poucas horas depois, sendo em seguida liberado, até hoje o crime permanece sem solução.

Em 2013, a Justiça Federal no Rio Grande do Norte condenou 11 pessoas e absolveu outras três no processo da Operação.

Entre os condenados estava o filho da ex-governadora Wilma Maria de Faria (in memorian) - no comando do Estado na época em que a operação foi deflagrada, Lauro Maia. Ele foi condenado a 16 anos, três meses e 18 dias de prisão pelos crimes de formação de quadrilha, corrupção passiva e tráfico de influência. 

Além do filho da governadora, foram condenados Edmilson Pereira de Assis, Francinildo Rodrigues de Castro, Francisco Alves de Sousa Filho, Herberth Florentino Gabriel, Jane Alves de Oliveira Miguel da Silva, João Henrique Lins Bahia Neto, Luciano de Sousa, Mauro Bezerra da Silva, Rosa Maria D'Apresentação Caldas Simonetti e Ulisses Fernandes de Barros.

Foram absolvidos Genarte Medeiros de Brito Júnior, Marco Antônio França de Oliveira e Maria Eleonora Lopes D'Albuquerque Castim.

“A corrupção é um delito devastador em relação à credibilidade da Administração Pública. Além do dano moral, causa gigantesco prejuízo aos cofres públicos e é executado de forma dissimulada e silenciosa. No entanto, em verdade, representa um delito de extrema violência, da violência indireta, porque faz o sangue respingar longe, geralmente nas filas dos hospitais públicos, abarrotados e sem estrutura, ou na supressão das possibilidades e esperanças de futuro para aqueles que buscam uma escola pública de qualidade”, asseverou na sentença o juiz federal do caso Mário Jambo.

Atualmente, apesar da condenação de 11 envolvidos, ninguém está preso e o processo encontra-se em grau de recurso, mesmo 13 anos após a operação.