Aras era tido como uma espécie de plano B do governo. Seria o reserva, caso o Senado barre a ida do atual advogado-geral da União para o Supremo.
O apoio do centrão ao nome de Aras envolve um cálculo: o PGR se mostrou um fiel aliado ao presidente e é tido entre os parlamentares como uma peça confiável para conduzir investigações, tendo acabado com a chamada pirotecnia que marcou a atuação da Lava Jato, maior e mais longa ação de combate à corrupção no país.
Já Mendonça é visto de perfil mais independente e na área criminal seria mais alinhado aos métodos lavajatistas tão combatidos por setores do Congresso. Alertado pelo presidente de que teria resistências no Senado para ser referendado e que precisava se mexer, Mendonça, dizem aliados, indicou que toparia arriscar e até mesmo perder, se fosse o desfecho.
No xadrez de Bolsonaro, a ideia é faturar apoio para Mendonça e mostrar ao centrão que na seara de investigações fica tudo do jeito que está ou pelo menos fica a promessa de que o estilo discreto seguirá.
E o governo deixa de ter o "plano B" para o STF. Bolsonaro dobrou a aposta. Agora, é aguardar para saber quais as peças o centrão e os senadores vão preferir movimentar em meio ao momento de maior tensão entre o Planalto e o Senado diante das investigações da CPI.
Vale lembrar ainda que cabe ao PGR decidir o xeque-mate, que será dado após a CPI concluir as suas apurações, que devem envolver ao menos o entorno direto de Bolsonaro.
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