A negociação para um entendimento sobre o chamado orçamento impositivo elevou a temperatura no Palácio do Planalto no último dia 2.



No início da tarde, o presidente Jair Bolsonaro recebeu no Planalto o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), o líder do governo na Casa, Fernando Bezerra (MDB-PE), e os ministros Paulo Guedes (Economia) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo).

Na reunião, Bolsonaro ouviu cobranças de que faça um “gesto” ao Congresso desautorizando a declaração do ministro Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) de que parlamentares chantageiam o Executivo.

A cobrança ao presidente da República seria uma forma de tentar blindar no Congresso as reformas administrativa e tributária.

O presidente, segundo o blog apurou, não sinalizou que fará qualquer movimento contra o seu “guru”. E, para parlamentares, desta forma, Bolsonaro “chancelou” a fala de Heleno.

Na avaliação da cúpula do Congresso, o presidente “usa” os parlamentares para aprovar a agenda econômica, mas não “joga junto”.

A preocupação de assessores de Bolsonaro, tanto na área política como na área econômica, é a de que, se a relação com os congressistas não for azeitada agora, em meio à discussão sobre o orçamento impositivo, o debate das reformas será contaminado.

No Senado, não preocupa o governo a manutenção do veto do presidente no orçamento impositivo. Mas, sim, a discussão sobre as reformas.

Davi Alcolumbre surpreendeu o Planalto nesta segunda quando não apareceu para uma reunião pela manhã. Estava com senadores. Depois, à tarde, cobrou o presidente a respeito de declarações sobre o Congresso.

A quem pergunta se general Heleno seria demitido, auxiliares do presidente respondem a parlamentares: “mais fácil o Papa ser demitido do que Heleno, guru e amigo de Bolsonaro”.

Por Andréia Sadi | G1