Por César Santos
É natural o político vender facilidades em palanque eleitoral. Não devia ser, mas é. O eleitor, decerto, calejou, sendo conivente com a regra que sugere o calote eleitoral. Antipático falar sim, mas é a pura verdade.
A presidente Dilma Rousseff (PT), por (mau) exemplo, renovou o mandato prometendo o que tinha certeza que não iria cumprir. No palanque eleitoral, vale-tudo em busca do voto, como se fosse aceitável a máxima que diz que “feio é perder”.
Por isso, sempre, ou quase sempre, o eleitor se decepciona com o voto dado, embora, curiosamente, o voto se repete a cada eleição, salvo essa ou aquela exceção.
Trazendo o tema para o Rio Grande do Norte, provavelmente o cidadão-eleitor está se perguntando quando o governador eleito descerá do palanque para resgatar a palavra empenhada. Robinson Faria (PSD) passa a ideia, nas primeiras três semanas de governo, que ainda não sabe o que fazer ou que não tem um projeto para o Estado.
A agenda oficial, cumprida até aqui, cheia de visitas, procissão, eventos sociais e posse de autoridades. Medidas concretas, nenhuma.
Mesmo descontando a tolerância natural do início, quando historicamente o cidadão oferece um tempo para o gestor se aclimatar ao ambiente, não é aceitável que um governo se inicie sem um plano concreto. Observe que a cada entrevista do governador, as promessas de campanhas são repetidas, dos tipos:
“Vamos resolver o problema da saúde”;
“Vamos resolver o problema da segurança pública”;
“Vamos incentivar a revitalização do aeroporto de Mossoró”;
“Vamos fazer crescer o turismo”;
etc. e tal.
Como vai resolver?
O governador não diz nem apresenta um projeto. Paralelamente, os setores mais críticos do Estado se agravam, como é o caso da segurança pública.
Robinson, o candidato, prometeu expulsar os bandidos do RN nos primeiros dias de governo. Palavra dele.
Como não colocou nenhum plano em prática, a escalada da violência avançou e temos um início de ano pior do que nos anteriores, com mais de 100 homicídios em três semanas.
O que incomoda não são os números em si, mas a falta de um projeto para melhorar a segurança pública, pois se existisse, teríamos a sensação de que seria possível inibir a violência no futuro próximo.
Temos aqui apenas a promessa; nenhum plano elaborado. De qualquer forma, como é praxe no ambiente político-administrativo, o governador tem o direito à tolerância dos 100 dias, para, em seguida, receber a devida cobrança.
Ou, quem sabe, apresentar resultados que não existem neste primeiro momento.
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