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Muita gente não tem ideia das negociatas que acontecem por trás do futebol, o espetáculo ao espectador. Muitas vezes, trás consigo, bem por baixo dos panos: sordidez, lavagem de dinheiro, corrupção, coação e um mercado que não respeita leis trabalhistas e regras sociais.

Por exemplo, você ficou sabendo na época da Copa do Mundo no Brasil que existiu uma máfia para a compra de ingressos? E estes ingressos eram revendidos num valor muito mais alto do que aquele valor oficial? E em certos casos mesmo pagos estes bilhetes não foram nem entregues ao comprador?  O responsável deste crime foi um homem franco-argelino conhecido como o cara da FIFA. Após a análise de diversas escutas telefônicas a polícia identificou também a participação de alguns empresários de marketing esportivo, que foram encaminhados ao Distrito Policial e interrogados. Um dos envolvidos conta que comprou 4 ingressos, pagando 4,5 mil dólares e que nem recebeu os ingressos.

Outro ponto interessante é o faturamento das casas de apostas. São tantos os brasileiros que pesquisam cotações e jogam nos seus times favoritos. No sites-de-apostas.net é possível verificar as melhores casas de apostas esportivas que atuam no país. O governo brasileiro sabe que a cifra é alta e querendo ganhar uma parte deste mercado não perdeu a oportunidade e aprovou um projeto de lei do Deputado Otávio Leite que prevê uma taxação de 16% à CBF e casas esportivas. Dinheiro que será revestido ao incentivo do esporte nas escolas. Será? Esperamos que sim.

Entrando mais fundo no mundo dos empresários do futebol, esse tema, muito questionado e que muitas vezes gera dúvida no que diz respeito à direitos de jogadores e clubes, foi estudado e virou uma dissertação do jornalista e geógrafo Paulo Favero. Neste trabalho Paulo explora as mudanças que ocorreram pós o fenômeno de globalização do futebol, virando basicamente um negócio com muito dinheiro em jogo que o público simplesmente “assiste” – o futebol de espetáculo.


Segundo o autor é puro negócio o futebol nos dias de hoje, e os empresários deste ramo tratam os jogadores como simples mercadorias, somente com o objetivo de enriquecer -  estes empresários criam regras englobando multas altíssimas de quebra de contrato entre jogadores e clubes, passam por cima de leis trabalhistas, e desta forma eles sempre saem ganhando. A sua dissertação com cunho geopolítico se intitula “Os donos do campo e os donos da bola: alguns aspectos da globalização do futebol” e vale muito a pena lê-la. Todo esse mecanismo teve início no início de 1990 com uma lei criada pela União Europeia chamada Lei Bosman, alterando a lei do passe, outra lei que influenciou de maneira negativa o processo de globalização do futebol foi a Lei Pelé tirando o poder dos clubes sobre os seus jogadores e transferindo-o para os empresários do futebol. Isso reforça a teoria que cada vez que um atleta é emprestado ou transferido sempre terá alguém ganhando muito dinheiro. 

Editor Independente