Diego Hervani
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Um ganês e um brasileiro foram presos nesse domingo (22) por tentativa de aliciamento de uma adolescente de 15 anos durante o Fifa Fan Fest, na Praia do Forte, em Natal. A ação foi feita depois da própria menor e um rapaz que estava com ela denunciarem o ato na Delegacia Móvel que está instalada no evento.
Segundo a polícia, Alexandro Paulo da Silva, de 43 anos, que mora no bairro de Santarém, em Natal, abordou a menina alegando que ele tinha um trabalho para ela fazer e que a garota ganharia R$ 500,00. “Após a negativa, a menina e o rapaz que estava com ela vieram até a delegacia. Então policiais civis, juntamente com a Força Nacional foram até o local e identificaram a dupla. Eles estavam com o cartão de Alexandro, que ele distribuía para as menores”, afirmou o delegado Luiz Lucena, responsável pela Delegacia Móvel da Fan Fest em Natal, que ainda completou. “Segundo informações que recebemos de seguranças que estão trabalhando na Fan Fest, em outros dias do evento o Alexandro já tinha sido visto abordando algumas garotas”.
A pessoa que estava na companhia da vítima ainda relatou para a polícia que “Alexandro as abordou dizendo que era “gay” e que havia conhecido um rapaz de Gana, o qual estava afim de fazer amizades e apontou de longe para o estrangeiro. O brasileiro chegou a oferecer, segundo a vítima, bebida alcoólica e convidou para irem a um forró assim que acabasse o jogo, tendo elas negado o convite”.
Após a dupla ser detida, a polícia escutou seis testemunhas que confirmaram a ação dos suspeitos. Apesar disso, o brasileiro e o ganês, que foi identificado como Theophilus Aboagye, de 27 anos, negaram que estivessem aliciando a menina. “O Alexandro falou que estava apenas oferecendo emprego para a menina, para que ela trabalhasse com ele, que é protético Já o ganês falou que não tinha feito nada. Mas todas as testemunhas que escutamos confirmaram a ação dos dois”. “Inclusive achamos estranho o fato do ganês ainda estar em Natal. Ele falou que trabalha para uma empresa que patrocina a seleção de Gana. Mas a seleção já foi embora e ele ficou”, argumentou Luiz Gonzaga.
Os acusados foram conduzidos até a Delegacia Móvel e posteriormente a 2ª DP para lavratura do flagrante. Eles foram atuados pelo artigo 218-B, do Código Penal Brasileiro (“Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone – Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos”).
Apesar de ter sido a primeira prisão que ocorre na Fan Fest Natal relacionada a esse tipo de crime, Luiz Gonzaga contou que a polícia já tinha recebido denúncias semelhantes. “Realmente essas denúncias já chegaram até a nossa delegacia. Porém, quando íamos fazer a abordagem, as pessoas que estavam aliciando as menores já tinham ido embora. Esse tipo de pessoas, que alicia mulheres, procuram por menores de idade mesmo. Mas a polícia está agindo e não vamos permitir que esse tipo situação aconteça”.
Ainda segundo Gonzaga, na maioria das vezes as menores que fazem programa são enganadas após a relação sexual. “No caso do ganês, por exemplo, ele ofereceu R$ 500,00 pelo programa, mas na hora da prisão ele não tinha esse dinheiro, ele alegou que estava no quarto do hotel onde estava hospedado. Mas percebemos que buscam menores também por isso, por ser mais fácil de se negociar”.
Não foi a primeira vez que um estrangeiro foi preso no período da Copa em Natal por exploração sexual. Um homem da Costa Rica, identificado como Olger Ulete Ulate, de 56 anos, foi preso na noite do último dia 16 (segunda-feira) suspeito de ter tido relações sexuais com um travesti de 16 anos.
De acordo com informações repassadas pela Delegacia Especializada em Atendimento ao Turista (Deatur), o crime só foi descoberto depois de uma denúncia de furto feita pelo próprio Olger. “Ele ligou para a polícia alegando que uma garota de programa tinha roubado o seu passaporte, 1 mil dólares e um celular. Então fomos investigar. Achamos a garota de programa, mas ela falou que tinha sido um travestir que tinha roubado o estrangeiro. Identificamos o travesti e fomos até a casa dele. Chegando lá, encontramos tudo o que foi roubado do estrangeiro e descobrimos que o travesti era menor de idade, tinha apenas 16 anos”, explicou o delegado da Deatur, Daniel Couto.
Mesmo alegando que não sabia que o travesti era menor de idade, o costarriquenho foi autuado em flagrante no artigo 244a do ECA (“Submeter criança ou adolescente, como tais definidos no caput do art. 2o desta Lei, à prostituição ou à exploração sexual”). O crime é considerado hediondo e inafiançável. Mônica Lopes, garota de programa e que apresentou o menor para Olger, também foi autuada em flagrante, mas pelo artigo 218-B do CPB.
Por Jornal de Hoje
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