A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira que a troca de ministros de seu governo, esperada desde janeiro, não é um tema de sua agenda nesta semana, e não comentou especulações de nomes que ocupariam ou deixariam pastas de seu governo.

O comentário veio depois de ela pedir, na noite de terça-feira, "mais tempo" e "paciência" ao PMDB, principal partido aliado em seu governo, em conversa com o vice-presidente da República, Michel Temer, que é presidente licenciado da sigla e com quem Dilma se reuniu no Palácio da Alvorada. Dois integrantes do governo fizeram relatos da conversa à Reuters.


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O PMDB, que desde o início do governo reclama por mais espaço e ministérios mais operacionais, tem a expectativa de ampliar as áreas de comando na Esplanada e trocar alguns nomes. O partido comanda as pastas das Minas e Energia, Agricultura, Turismo, Previdência e Assuntos Estratégicos.

"Eu não vou falar sobre isso (mudanças ministeriais) porque não é meu tema nessa semana", disse a presidente ao ser questionada no Palácio do Planalto por jornalistas sobre trocas nos ministérios.

Ela citou eventos na área da Ciência e Tecnologia na quinta e o lançamento na nova política de direitos do consumidor, na sexta, como suas prioridades na semana.

A presidente quer fazer mais uma rodada de conversas com aliados, segundo um assessor próximo, antes de fechar o desenho das modificações.

Relatos da conversa entre Dilma e Temer dão como quase certa a ida do presidente do PMDB de Minas Gerais, Antonio Andrade, para um ministério. Segundo fontes ouvidas sob condição de anonimato, o PMDB deseja a troca no comando das pastas da Agricultura e Assuntos Estratégicos e assumir a Secretaria da Aviação Civil.

Dilma também pode fazer trocas ainda no comando do Ministério dos Transportes para agradar ao PR, partido que teoricamente comanda a pasta, mas que não reconhece o atual ministro, Paulo Passos, como cota da legenda. O PR não se sente no comando da área desde que o senador Alfredo Nascimento deixou o posto na esteira de denúncias de irregularidades.

O Ministério do Trabalho, que segundo fontes do Planalto deveria sofrer alterações nesta semana a pedido da cúpula do partido, presidido pelo ex-ministro Carlos Lupi --que também deixou o cargo em 2011 em meio a denúncias--, é um impasse, porque Dilma gosta do atual ministro, Brizola Neto, nome que hoje não unifica o apoio do PDT ao governo.

REUTERS