Foto: Ascom Incra/RN



A tradição dos brasileiros de comer peixe no período da Semana Santa garantirá renda e mesa farta para famílias assentadas pelo Incra e que estão inscritas no Programa Minha Casa, Minha Vida, no Rio Grande do Norte. Nesse período, as famílias assentadas no projeto Rosário, em Ceará-Mirim, comercializarão quatro toneladas de peixe.


Apresentado como uma alternativa viável para a convivência com a seca, o Projeto Pólo-Tilápia, localizado no Território da Cidadania do Mato Grande, produz tilápia durante todo o ano e garante o aumento da renda das famílias assentadas.

Na próxima quinta-feira (28), no período da manhã, quatro tanques repletos de peixes serão despescados na agrovila Canudos, do assentamento Rosário. Toda a produção foi comprada pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Norte (Emater/RN), por meio do Programa "Compra Direta da Agricultura Familiar" do governo federal.

Os quatro mil quilos de tilápia serão doados para agricultores do próprio assentamento e, também, para famílias de baixa renda cadastradas no Programa Minha Casa, Minha Vida, que moram na zona urbana de Ceará-Mirim.

Segundo dados da coordenação do projeto, a Emater comprará a produção ao preço de R$ 7,00 por quilo, totalizando um investimento na ordem de R$ 28 mil. "Estamos garantindo o peixe na mesa do agricultor, portanto, distribuindo alimento saudável e de excelente qualidade nutricional. Além, é claro, de garantirmos um acréscimo financeiro na renda familiar neste mês de março, pela comercialização extra da Semana Santa", comemorou a agricultora Livânia Frisson, assentada no projeto Rosário.

Alternativa para a convivência com a seca

Livânia avalia que a produção de tilápia mostra-se cada vez mais rentável a cada ano. No assentamento Rosário, na agrovila Canudos, onde a agricultora reside, a criação do pescado, associada ao plantio de frutas (banana e mamão) garante renda fixa de um salário mínimo mensal para cada família inserida no projeto, apresentando-se como uma excelente alternativa para o convívio com a seca.

Para o superintendente regional do Incra/RN, Valmir Alves, que estará presente na despesca, a criação de tilápia em tanques mostra que mesmo em longos períodos de estiagem, como vem ocorrendo este ano no Nordeste Brasileiro, a piscicultura é uma saída para geração de ocupação e renda do trabalhador assentado. "Neste ano em que a falta de chuva representa um sofrimento para o agricultor, a criação de tilápia pode ser uma alternativa excelente e uma saída viável para garantir renda aos trabalhadores rurais", afirmou Valmir Alves.

O superintendente anunciou, também, que já iniciou discussão para estabelecer parceria com o Ministério da Pesca, visando implementar a experiência em outras regiões do estado onde existem assentamentos do Incra.

A criação e comercialização de tilápias é destaque entre os produtos comercializados nos assentamentos do Rio Grande do Norte, em especial, nos projetos Rosário, Aracati, Modelo I e II, Santa Águida e na comunidade Bebida Velha, nos municípios de Ceará-Mirim, Touros, João Câmara e Pureza. O projeto é incentivado pelo Incra, que garante o pagamento da energia elétrica utilizada e dá suporte à aquisição e ao transporte de insumos necessários à alimentação dos peixes.

Histórico

Nos assentamentos com criação de tilápias, a diversificação da produção vem crescendo com incentivos financeiros e técnicos resultantes de uma parceria que envolve Incra, Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Petrobrás, Banco do Brasil, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS), Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca (SEAP) e Governo do Estado do Rio Grande do Norte. O projeto foi criado em 2004, sendo custeado com recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), do MDA.

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