Diante da queda do lucro, a presidente da Petrobras, Graça Foster, disse
nesta terça-feira (5) que a estatal manterá, em 2013, a "busca
permanente pela paridade com os preços internacionais" do petróleo e
derivados.
Com reajustes inferiores à evolução das cotações internacionais e a
necessidade de importar a preços maiores para suprir o mercado
doméstico, a companhia viu seu lucro cair 36% no ano passado.
Entre 2012 e janeiro deste ano, a companhia aumentou três vezes o preço
do diesel (alta acumulada de 16,1%) e duas vezes a gasolina (alta de
14,9%). Os percentuais não corrigem, porém, a defasagem frente ao
mercado externo e os reajustes foram contidos diante do receio do
governo quanto à pressão inflacionária.
"Com relação à política de preços e tivemos com intensas discussões com o
controlador [a União]". A executiva pleiteou os reajustes para injetar
recursos em caixa na companhia para realizar seu plano de investimento e
evitar a alta do endividamento --já observada no balanço de 2012.
Segundo Foster, o "câmbio jogou contra a companhia" e resultou numa alta
de 17% do preço do petróleo tipo brent (referência internacional) em
reais.
O diretor-financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, disse que o câmbio
também levou a estatal a importar petróleo e derivados a um custo mais
alto. O déficit da balança comercial da estatal subiu 96% em 2012,
atingindo 231 mil barris/dia. Somente as importações de gasolina subiram
102% diante da necessidade de atender ao crescimento do consumo no
mercado interno.
Para 2013, a dificuldade tende a persistir, já que a companhia projeta
um alta de 4% no consumo de combustíveis e os preços seguem defasados em
relação ao mercado externo.
Foster se disse, porém, otimista com o desempenho da companhia a partir
do segundo semestre, quando a produção deve voltar a crescer, com a
entrada escalonada de sete novas plataformas neste ano e o aumento
progressivo da extração de óleo dessas unidades.
UOL
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