Algumas montadoras retardaram o repasse da alta do IPI para carros, em vigor desde o início do ano. O prazo para o término das promoções, porém, não é claramente informado pelas empresas.

Uma exceção é a Kia, que prometeu publicamente manter a tabela antiga até 28 de fevereiro. O jipinho Sportage, no entanto, terá o preço reajustado em 1,2%, em média.

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Kia Soul (1.6) manual manteve o preço inicial de R$ 63,9 mil

A Nissan informa que manterá os preços sem o repasse até o fim dos estoques, que estão acabando. O sedã Sentra 2.0 Back Mask, por exemplo, sai por R$ 51.390 --a nova geração do modelo desembarca no meio do ano.
A Fiat até contratou o ex-jogador Ronaldo, recém-saído de um regime, para anunciar o "IPI magrinho", tema da campanha publicitária da montadora. Nos anúncios, o foco é o novo Palio, nas versões 1.0 completa (R$ 31 mil) e 1.4 com ABS e airbag (R$ 35 mil).

Concessionárias Chevrolet, Honda, Volkswagen e Renault informam que ainda têm também modelos sem o aumento de imposto.

As promoções estão ajudando a impulsionar as vendas. Na primeira quinzena de janeiro foram emplacados 151 mil automóveis de passeio e comerciais leves, alta de quase 27% em relação ao mesmo período do ano passado. Mas o montante é 16% menor que o registrado na primeira quinzena de dezembro, quando muitos consumidores anteciparam a compra por temer repasses em massa após a virada do ano.

Mas o educador financeiro Reinaldo Domingos faz um alerta: "o consumidor precisa ter cuidado para não se endividar por causa das promoções. Para quem já tinha planejando a compra de um veículo, o momento deve ser aproveitado".

PERCENTUAIS

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Com fila de espera, Hyundai HB20 teve o preço inicial reajustado em quase R$ 1.000 por conta do IPI maior

Desde o início de janeiro, modelos populares, com motor 1.0, que estavam com alíquota zerada, passam a recolher 2% de IPI. Em abril (até junho), o imposto subirá para 3,5%. A previsão do governo é que a alíquota cheia de 7% seja restabelecida em julho.

Carros com motores acima de 1.0 até 2.0 (flex), que até ontem estavam com alíquota de 5,5%, agora terão imposto de 7% até março. O percentual será reajustado para 9% em abril e pode voltar a 11% em julho.

O Ministério da Fazenda anunciou que a retomada seria gradativa para não retirar os estímulos a uma recuperação econômica ainda lenta. 
 
UOL