“A cara da crise”. É com esse ‘olho’ ou ‘chapéu’, como se diz no jargão jornalístico impresso, que a revista IstoÉ começa a retratar um perfil desabonador para o deputado federal Henrique Alves (PMDB), sob a ótica dos costumes republicanos.

“Como opera o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves, hoje o porta-voz de um grupo de parlamentares que pressiona a presidenta Dilma por cargos e verbas públicas e paralisa votações no Congresso”, adianta a manchetinha da mesma reportagem especial.

Segundo diz a revista, “os sobressaltos políticos vividos pelo governo no Congresso nas últimas semanas têm vários responsáveis. E seria uma tarefa hercúlea ousar apontá-los com precisão cirúrgica e sem cometer injustiças. Mas poucos políticos personificam tão bem a crise na relação do governo com a base aliada como o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN).”

Adiante, sequencia: “O deputado é a cara de uma prática política, baseada no fisiologismo, que a sociedade não tolera mais. Representa um grupo de parlamentares que insiste em transformar em moeda de troca projetos decisivos para o País. E, para terem seus interesses atendidos, esses políticos lançam mão da chantagem. Isso não seria uma ameaça às boas maneiras republicanas se Alves não tivesse poder. Mas o problema é que ele tem. Muito. E demonstrou isso durante a última semana, quando interferiu diretamente no adiamento das votações no Congresso.”

A revista lembra, que “na quarta-feira 21, atuando como porta-voz de uma ala empenhada em pressionar por cargos e verbas públicas, como condição para manter a fidelidade ao governo Dilma Rousseff, Alves ajudou a orquestrar a obstrução da sessão plenária que votaria a Lei Geral da Copa e discursou afirmando, com cara de anjo, que sua atitude era um ‘bem que faria ao governo pelo risco de derrota iminente‘”.
Por Carlos Santos