A desfaçatez está no DNA dos políticos. E não se passa uma semana sem que eles ofereçam provas abundantes disso. Exemplos?
Candidatos às próximas eleições, os senadores Ideli Salvatti (PT-SC), Raimundo Colombo (DEM-SC), José Agripino Maia (DEM-RN) e Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) pediram licença dos cargos para cuidar de suas campanhas.
Consta do regimento interno do Senado que licença para fins particulares é de no máximo 120 dias. Nesse caso, o suplente não assume.
A Constituição manda dar posse ao suplente no 121º dia se o cargo permanecer vago.
Como driblar o regimento interno e a Constituição de uma só vez para que o suplente assuma logo? Simples: tira-se uma licença médica e emenda-se com a licença para fins particulares.
Oficialmente, Ideli, candidata ao governo de Santa Catarina, ocupou-se com a saúde entre os últimos dias 8 e 10. A partir de hoje entrará de licença por motivos particulares.
Adversário de Ideli, Colombo adoeceu no último dia 8. Ficará bom amanhã. A partir do dia seguinte entrará de licença até o fim da campanha.
Por causa da saúde, Agripino sairá de circulação entre os dias 15 e 17 deste mês. E Garibaldi entre 15 e 20.
Os suplentes agradecem.
Senadores por quatro meses, passam a desfrutar de todas as vantagens do cargo – inclusive o direito à aposentadoria.
Em troca, se empenharão para que a estrutura dos gabinetes continue funcionando a contento. Quer dizer: funcionando para facilitar a eleição dos que a comandaram até aqui. Sempre é possível ao senador temporário arranjar empregos para afilhados.
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