O vírus da gripe suína deve ser combatido com medidas radicais. Praticam crimes de omissão, todos aqueles que, com responsabilidade pública, cruzam os braços e facilitam a propagação da epidemia, por não eliminarem as causas da doença.
No Brasil, há anos avança a “gripe suína política”. Ela começa nos partidos, nas convenções, nos financiamentos de campanha, no suplente “biônico”, na “lista suja”, na indicação dos auxiliares das administrações. Os órgãos de comunicação noticiam em manchetes os vergonhosos escândalos, tipo o episódio de notória corrupção do atual governo do DF. Onde se chega, o povo mostra a sua indignação. Alguns detentores de mandatos, para saírem bem na fotografia, condenam com veemência. Mas fica nisso!
No frigir dos ovos, o que foi feito de concreto para combater a “gripe suína política” no país? Nada. Absolutamente nada. Vergonhosamente, o Congresso Nacional engavetou a reforma política. Aprovou para 2010 restritas mudanças na legislação, apenas para controlar a Internet, como se isso for possível. Nem o despótico presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, conseguiu esse controle. Diariamente, a Internet transmite mensagens e fotos de Teerã, denunciando ao mundo a repressão do governo iraniano.
O surto da “gripe suína política” infectará a eleição de 2010, por omissão do Congresso. As mudanças inadiáveis continuam nas gavetas empoeiradas do Parlamento. Ouvi um amigo dizer, que a melhor forma de ganhar uma eleição é ter poucos votos, contratar bom detetive, buscar provas de supostas ilicitudes dos candidatos e impugná-los na justiça. Por que isso acontece? Por não existir legislação, que limite o número de partidos e os transforme em instituições respeitáveis, com os filiados participando democraticamente das decisões, ao invés do despotismo dos “proprietários atuais”, que vendem legendas e espaços no horário gratuito, em troca da indicação de auxiliares e o domínio de polpudas verbas orçamentárias para dá emprego e receber propinas.
 
Por Ney Lopes