Folha publica matéria sobre a contratação de uma empresa do irmão de josé Wilde pelo senado para prestar serviço de Clipping. José Wilde é braço direito de garibaldi Veja a matéria:

Sob a presidência de Garibaldi Alves (PMDB-RN), candidato à reeleição, o Senado contratou uma empresa potiguar para fazer clippings eletrônicos "com notícias, veiculadas em emissoras de rádio e televisão, do interesse da presidência do Senado, de segunda-feira a domingo, incluindo feriados, na cidade de Natal (RN)".


O contrato, de R$ 3.000 mensais, foi assinado sem licitação em abril passado e tem vigência até 24 abril deste ano - ou seja, quase três meses depois do encerramento do atual mandato de Garibaldi como presidente do Senado.

A empresa responsável pelo trabalho chama-se Vallério Vídeo, cujo proprietário é Vallério José de Oliveira Cabral. Ele é irmão de José Wilde de Oliveira Cabral, braço direito de Garibaldi na área de comunicação e que atualmente ocupa a Secretaria Especial de Imprensa da Presidência do Senado.

O clipping eletrônico é um serviço na área de comunicação estratégica que visa identificar a quantidade e a qualidade das citações de um dado cliente em veículos de comunicação.

O Senado tem um serviço de clipping eletrônico realizado pela Secretaria de Pesquisa e Opinião Pública. Chama-se "Senadores na Mídia" e é disponibilizado na página de internet da Casa. São analisados diariamente sete jornais e emissoras de TV e rádio que trabalham em rede nacional. A secretaria conta ainda com um serviço 0800 para colher a opinião de cidadãos e faz periodicamente levantamentos sobre votações e temas polêmicos.

Além do clipping exclusivo, Garibaldi mantém contrato com a empresa de consultoria e marketing político GT Marketing e Comunicação Ltda, de Gaudêncio Torquato. Válido até fevereiro, o serviço custa ao Senado R$ 10 mil mensais.

José Wilde disse que precisava de um serviço específico sobre as emissoras do Rio Grande do Norte porque os "Senadores na Mídia" só analisam veículos nacionais: "Há muitas coisas que só as emissoras regionais divulgam e nós precisamos saber para acompanhar".

O secretário de Imprensa da presidência disse que "todos os senadores gostariam de ter um serviço de clipping", mas quem tem de avaliar a necessidade é a Secretaria de Comunicação. Helival Rios, secretário de Comunicação, disse que simplesmente atendeu ao pedido da presidência e que Vallério Vídeo apresentou menor preço.

José Wilde disse à Folha que indicou a empresa do irmão, mas ressaltou que não foi o responsável final pela contratação da Vallério Vídeo. "Fiz o pedido do serviço à Secretaria de Comunicação do Senado, mas não sou o ordenador de despesa."

A Folha conversou com Vallério Cabral anteontem. Ele afirmou que sua empresa atua na área de clipping eletrônico desde 1998: "Eu tenho clientes privados e governamentais. Minha empresa foi indicada porque as outras de Natal não estão legalizadas".

Vallério disse que não vê nenhum problema no fato de ter sido indicado pelo irmão para o serviço -"toda minha documentação está adequada"- e que mensalmente envia um DVD com o material de 9 emissoras de TV e 14 de rádio.

Na opinião deste veículo isso está parecido com o processo de fritura do Senador Garibaldi.