A coligação do candidato a prefeito Ivan Júnior(PP), através dos advogados Gledson Kleber Lopes de Oliveira e Renato Augusto Soares de Souza Lopes, entrou nesta sexta-feira(26), com uma ação junto à Justiça Eleitoral de Assú contra a candidata Fátima Moraes(PSB).

De acordo com a Representação Eleitoral dada entrada no Cartório da 29ª Zona Eleitoral, sob o número 618, às 15h de hoje, a candidata do PSB, através de uma parceria com a loja Vieira Eletromóveis, é acusada da prática de captação ilícita de votos em razão da "doação de vantagens pecuniárias com o propósito de obter votos de eleitores nas eleições que se aproximam".

A acusação envolve o gerente da empresa Vieira Eletromóveis, Manoel Vieira Neto, partidário da candidatura de Fátima Moraes. Ele também é sobrinho de um dos coordenadores da campanha, Dinarte Diniz.

Denúncia é baseada na captação ilícita de votos em favor da candidata Fátima Moraes em troca de perdão de dívidas e da retirada de nomes dos Cadastros dos Inadimplentes de órgãos de proteção ao crédito(SPC).

Ao longo do processo é verificado que a estimativa de gastos por parte dos partidários da candidata da governadora Wilma de Faria é da ordem de R$ 1,2 milhão.

A prova maior apresentada pelos advogados reside na gravação do próprio gerente da empresa Vieira Eletromóveis, Aurimar Marcos da Silva, que pessoalmente visitou a casa de um de seus clientes, Francisco Emídio de Araújo.

Aurimar pediu para que seu cliente fosse até o estabelecimento comercial de sua propriedade para uma conversa. Francisco Emídio foi ao encontro de Aurimar e gravou toda a conversa.

Segue trechos do diálogo:

- Aurimar: Ei rapaz! Tudo bom?

- Francisco Emídio: Vai pegar o que mesmo?

- Aurimar: O Título e a Zona...

- Francisco Emídio: Se a gente votar nessa mulher... A gente vai votar nela...

- Aurimar Marcos da Silva: Sim, é.

- Francisco Emídio: Se acaso, como tá dizendo nas pesquisas aí, ela não ganhar?

- Aurimar: Aí ela vai ganhar! Com o trabalho que a gente tá fazendo aqui, gastando um milhão e duzentos mil reais, não tem como não ganhar. Isso aqui dá um milhão e duzentos mil reais. Dá mais de um milhão. Entendeu? A questão é a confiança do povo. Não vai ter esse negócio de disse não disse com Vieira.

- Francisco Emídio: Eu vim por que você foi lá em casa ontem.

- Aurimar Marcos: Eu tô dando minha palavra, independente de nada, eu vou olhar a sua conta, agora eu quero, eu sei quantos votos tem na seção, eu quero ter a confiança de que naquela seção vai sair seu voto, que eu sei que é o que seu voto. Fazendo a proporção.

- Francisco Emídio: Mas, como se diz, mas se Fátima não ganhar e meu nome não sair do SPC?

- Aurimar Marcos: Não! Você tem que vir aqui até o dia 20 de outubro para tirar seu nome do SPC e da sua conta. Eu só quero a confiança do seu voto...

Daí em diante a conversa sobre a compra do voto continua, com o cliente argumentando que quem estava devendo na loja do Vieira era a sua mãe e ouvindo do gerente que a empresa estava trabalhando para eleger a candidata Fátima Moraes.

Na Representação ainda seguem os testemunhos gravados de Maria do Céu Pedro Silva Araújo, José Carlos de Melo e Maria Solange de Souza, com conversas no mesmo tom, sendo que as provas foram apresentadas na forma de áudio e por meio de degravação, como prevê a Justiça Eleitoral.
texto: oliveira wandrley.zpnet