Imagem: Polícia Civil

Supermercados no Rio Grande do Norte podem ter comercializado carnes provenientes de um abatedouro clandestino fechado na última sexta-feira (25), conforme apuração da Polícia Civil. O caso envolve a distribuição de produtos sem controle sanitário e é alvo de uma investigação para garantir a segurança alimentar dos consumidores.

A operação ocorreu no bairro Felipe Camarão, na Zona Oeste de Natal, resultando na prisão de seis pessoas, que agora respondem a acusações de maus-tratos aos animais, crimes ambientais e infrações contra a saúde pública e o consumo, segundo a Polícia Civil.

Durante a ação, a delegada Danielle Filgueira relatou que o proprietário do local afirmou que as carnes não eram destinadas exclusivamente para feiras, mas incluíam entrega a dois grandes supermercados no estado. “A investigação precisa prosseguir, porque comprar alimentos de procedência ilegal também constitui crime”, destacou a delegada.

Apesar do flagrante, o responsável pelo abatedouro foi liberado após audiência de custódia. As autoridades planejam convocar representantes dos supermercados envolvidos para prestar esclarecimentos, e equipes de fiscalização devem inspecionar os estabelecimentos.

A operação foi coordenada pela Delegacia Especializada em Proteção ao Meio Ambiente e ao Turista, em parceria com as Secretarias Municipais de Serviços Urbanos (Semsur) e de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb), o Instituto de Desenvolvimento Agrário do RN (Idiarn), a Guarda Municipal e o Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep).

De acordo com a delegada, a Semurb já havia autuado e multado os responsáveis, mas o abatedouro continuou as atividades clandestinas, o que levou o órgão a acionar a polícia.

A operação revelou ainda cenas de insalubridade, com animais domésticos, como cães e gatos, em contato direto com as carnes destinadas ao consumo humano. “As condições eram alarmantes, com o gado abatido no chão, sem qualquer higiene”, comentou a delegada.

Após a prisão dos envolvidos, a polícia recebeu novas denúncias de que o abate ilegal poderia continuar. Se confirmadas as reincidências, os suspeitos poderão enfrentar prisão preventiva.