Bordadeiras de Timbaúba dos Batistas brilham na abertura dos Jogos Olímpicos de Paris 2024
Um convite emocionante
Salmira e Jailma foram convidadas para assistir à cerimônia de abertura da primeira fila. Ambas se emocionaram com o convite e com a oportunidade de ver o fruto do seu trabalho na passarela olímpica. Salmira, que tem 68 anos e mais de 50 dedicados ao bordado, destacou a importância cultural de sua arte: "Esse bordado representa, em parte, a cultura do nosso município. Ele é passado de geração em geração e sempre nos foi ensinado pela mãe ou por alguém da família mais próximo".
Reunião em Timbaúba dos Batistas
Enquanto isso, em Timbaúba dos Batistas, outras bordadeiras se reuniram no centro de convivência da cidade para assistir à cerimônia em um telão. A bordadeira Valdineide Dantas, de 34 anos, descreveu a alegria do grupo ao ver as jaquetas bordadas por elas sendo exibidas no Rio Sena. "O sentimento é de gratidão a Deus por mais essa conquista do nosso bordado", disse Valdineide.
Defesa do uniforme brasileiro
O uniforme da delegação brasileira, com bordados que representam a fauna brasileira, foi alvo de críticas nas redes sociais. No entanto, a presidente da Cooperativa das Mãos Artesanais de Timbaúba dos Batistas, Jailma Araújo, defendeu o trabalho das bordadeiras, ressaltando o orgulho e a dedicação envolvida na criação das peças. Alcilene Medeiros, uma das bordadeiras, acredita que algumas críticas refletem preconceito por saberem que as roupas foram produzidas no Nordeste.
Reconhecimento e desafios
As bordadeiras de Timbaúba dos Batistas já haviam trabalhado em projetos de destaque, como o vestido de casamento da primeira-dama Janja e a roupa usada por ela na posse do terceiro mandato de Lula. Para a criação dos uniformes olímpicos, 80 bordadeiras trabalharam intensamente, produzindo mais de 2.484 peças em cinco meses.
O impacto do bordado na economia local
O bordado é a principal atividade econômica de Timbaúba dos Batistas, envolvendo um terço dos trabalhadores da cidade. Valdineide Dantas, que aprendeu a bordar aos 11 anos, contou que a maioria das peças confeccionadas para as Olimpíadas passou pelas suas mãos. Ela e outras bordadeiras dividem seu tempo entre o bordado e outras profissões devido às crises que a atividade enfrentou no passado.
Uma conquista para as bordadeiras
Jailma Araújo descreveu a participação nos Jogos Olímpicos como "a realização de um sonho". A visibilidade internacional alcançada pelo trabalho das bordadeiras de Timbaúba dos Batistas é motivo de grande orgulho e emoção para a comunidade. "Ver que conseguimos realizar isso é motivo de muito orgulho para nosso município, para nossas bordadeiras e para nosso estado", completou Jailma.
Um futuro promissor
Com o apoio do poder público na divulgação e comercialização dos bordados, as bordadeiras de Timbaúba dos Batistas esperam que novas oportunidades surjam e que a valorização do seu trabalho continue crescendo. "Isso motivou as nossas bordadeiras a acreditarem que o bordado é a oportunidade de melhorar a nossa qualidade de vida", disse Jailma Araújo.
A história dessas talentosas artesãs mostra como a dedicação e o amor pelo trabalho podem romper barreiras e conquistar reconhecimento em eventos de alcance global.
Com informações do G1/RN
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