Imagem: Ricardo Stuckert/Divulgação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou com jornalistas durante um café da manhã e, nesse encontro, negou a existência de problemas de relacionamento entre os poderes Executivo e Legislativo federais, em resposta aos recentes embates políticos entre as duas esferas.

"Não estamos destinados a viver em conflito permanente. Porque se optarmos pela briga, nada será aprovado. O país sofrerá as consequências. Devemos conviver com todos", declarou Lula aos jornalistas que cobrem a Presidência da República em Brasília.

Entretanto, na última segunda-feira (22), durante o discurso para apresentar o programa Acredita, Lula pareceu cobrar seus ministros para reforçarem a articulação política.
Conversa entre Lula e Lira

O chefe do Executivo foi questionado sobre a relação do governo, incluindo ele próprio, com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

"Sinceramente, não creio que tenhamos problemas no Congresso. Estamos lidando com situações que são normais na política. Vamos apenas considerar os números. Temos 513 deputados, e meu partido possui apenas 70. Temos 81 senadores, e meu partido possui apenas 9", afirmou o presidente, destacando a falta de maioria de seu governo no Legislativo.

No domingo (21), Lula teve um encontro com Lira, mas optou por não divulgar os assuntos discutidos entre os dois.

Ele explicou que foi apenas uma "conversa" e não uma "reunião", caso contrário teria levado seus líderes do Congresso. "Como se tratou de uma conversa entre dois seres humanos, não me sinto obrigado a divulgar o conteúdo do meu diálogo com Lira", ressaltou.

O último episódio que gerou desconforto entre o Executivo e o Legislativo ocorreu em 10 de abril, após a decisão da Câmara de manter a prisão do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), acusado de ser um dos três mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ). Considerando-se um dos derrotados, Lira criticou duramente o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

Em uma entrevista, o presidente da Câmara rotulou Padilha como "desafeto" e "incompetente", causando um mal-estar com o governo e agravando a crise entre os Poderes.