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Investigada por furto mediante fraude e desrespeito ao cadáver, uma mulher suspeita de levar um idoso falecido a um banco para solicitar um empréstimo no Rio de Janeiro pode enfrentar uma pena de até oito anos de prisão se for condenada pela Justiça.

O delegado Fábio Luis da Silva, da 34ª DP (Bangu), responsável pelo caso, está também examinando se a suspeita cometeu outros delitos, como omissão de socorro, caso seja confirmado que ela não prestou assistência apesar de estar ciente da condição do idoso.

"Queremos entender o cuidado que ela tinha com ele. O relatório indica que o senhor estava desnutrido. Será que houve alguma omissão quando ela pegou o idoso, pelos braços e pernas, o colocou no carro e, ao invés de levá-lo ao hospital, foi a uma agência bancária?", questionou o delegado.

Érika era sobrinha e cuidadora de Paulo Roberto, de 68 anos. Ela o levou a uma agência bancária em Bangu, na zona oeste, na última terça-feira (16), na tentativa de sacar um empréstimo de R$ 17 mil em seu nome.

Um vídeo registrou o momento em que a mulher segurou a mão do senhor e pediu para ele assinar o documento. No entanto, o idoso não apresentou qualquer reação.

Os funcionários do banco suspeitaram da situação e chamaram o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). Os paramédicos constataram a morte de Paulo Roberto e afirmaram que, pela aparência do cadáver, o óbito havia ocorrido pelo menos duas horas antes da chamada.

À polícia, a mulher afirmou que o empréstimo tinha sido solicitado pelo tio no dia 25 anterior e que ela o acompanhava para ajudá-lo a resgatar o dinheiro.

Para os investigadores, o idoso já estava morto quando entrou na agência bancária. O corpo de Paulo Roberto foi encaminhado ao IML (Instituto Médico-Legal), mas a perícia preliminar foi inconclusiva. A causa da morte foi broncoaspiração seguida de parada cardíaca.

Paulo tinha sido liberado do hospital no dia anterior à sua morte. Ele tinha ficado internado na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do bairro por uma semana devido a uma pneumonia.

A defesa de Érika alega que a vítima pode ter falecido dentro do banco. Segundo a advogada Ana Clara de Souza, sua cliente não teria percebido que o tio estava morto, pois estava sob efeito de medicamentos controlados para depressão.

As imagens das câmeras de segurança mostraram que, no mesmo dia em que saiu da unidade de saúde, o idoso foi levado a outro banco pela sobrinha, possivelmente para solicitar um empréstimo. No entanto, o procedimento não ocorreu porque não havia serviços financeiros disponíveis no local. A advogada de Érika informou à RECORD que não possui informações sobre outras tentativas de empréstimo.