Após alta dos alimentos e queda na popularidade, Lula quer se aproximar do Agro
Imagem: RICARDO STUCKERT/PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

Em meio à escalada dos preços dos alimentos e à queda de popularidade do governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está planejando encontros com representantes do agronegócio para fortalecer laços com esse setor. 

O líder petista já se reuniu com produtores de carne e frutas e tem planos de encontrar-se com representantes dos setores de café, algodão, florestas plantadas e bioinsumos. A intenção é realizar esses encontros de forma regular, seja semanal ou quinzenalmente.

Durante essas reuniões, que têm um caráter informal, o presidente oferece um churrasco aos convidados. As interações ocorrem na Residência Oficial da Granja do Torto, ao final da tarde.

A disparada nos preços dos alimentos tem impactado a popularidade do presidente. Pesquisas recentes de opinião mostram um aumento na desaprovação ao trabalho de Lula.

De acordo com o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, houve melhorias na relação entre o governo e o agronegócio desde o início do mandato, embora ele reconheça que o cenário atual não é de "entusiasmo desmedido".

Fávaro acompanha Lula nessas reuniões. No ano passado, no final de abril, o ministro foi retirado da lista de convidados para a Agrishow, a maior feira agrícola do país, em Ribeirão Preto (SP). Na época, Lula chegou a atribuir esse gesto a "fascistas e negacionistas".

Preços dos Alimentos

No mês passado, o aumento nos preços de itens como cenoura (43,85%), batata-inglesa (29,45%), feijão-carioca (9,70%), arroz (6,39%) e frutas (5,07%) contribuiu para manter a inflação em níveis elevados. Esses resultados levaram o governo a elaborar planos de ação e, no início deste mês, o presidente realizou duas reuniões para discutir a questão dos preços dos alimentos.

Na semana passada, Fávaro declarou que o governo federal prevê uma deflação nos preços dos alimentos no primeiro semestre de 2024. Ele destacou que o custo para os produtores de arroz já foi reduzido. No entanto, Fávaro ressaltou que não é possível prever exatamente quando esses preços menores serão repassados ao consumidor final.

Entretanto, na semana anterior, após uma reunião com Lula para discutir o assunto, o ministro havia previsto que o preço do arroz começaria a diminuir nos supermercados a partir de abril.

Popularidade

A rejeição ao governo do presidente atingiu o maior nível registrado até o momento, alcançando 46%, de acordo com uma pesquisa da Quaest/Genial divulgada no início deste mês. A desaprovação à gestão do petista é de 62% entre os evangélicos.

O último levantamento feito pelas consultorias, em dezembro do ano passado, mostrou que 43% da população desaprovava o trabalho de Lula. A aprovação ao presidente é de 51% na pesquisa divulgada neste mês, o menor percentual desde o início da gestão. O levantamento foi realizado entre 25 e 27 de fevereiro.