Os dois indivíduos que escaparam da Penitenciária Federal de Mossoró, situada na Região Oeste do Rio Grande do Norte, foram identificados como Rogério da Silva Mendonça, de 35 anos, e Deibson Cabral Nascimento, de 33 anos, também conhecido como "Tatu" ou "Deisinho".

Juntos, acumulam mais de 80 processos judiciais no Tribunal de Justiça do Acre, estado de onde foram transferidos para o Rio Grande do Norte, totalizando 155 anos em condenações, conforme informações do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC).

De acordo com o G1, ambos têm vínculos com o Comando Vermelho, segundo o Ministério da Justiça, facção liderada por Fernandinho Beira-Mar, também detido na mesma unidade federal de Mossoró.

A transferência dos fugitivos para o presídio federal de Mossoró ocorreu em 27 de setembro do ano anterior, após estarem envolvidos em uma rebelião no presídio de segurança máxima Antônio Amaro, em Rio Branco, que resultou na morte de cinco detentos, sendo três deles decapitados.

Rogério da Silva Mendonça acumula mais de 50 processos, incluindo crimes de homicídio e roubo, resultando em uma sentença total de 74 anos de prisão. Enquanto Deibson Cabral Nascimento é associado a mais de 30 processos, respondendo por crimes como organização criminosa, tráfico de drogas e roubo, totalizando 81 anos de condenação.

Antes de sua permanência na Penitenciária Federal de Mossoró, ambos estiveram na Penitenciária Federal de Catanduvas (PR) e no sistema prisional do Acre.


A penitenciária federal de Mossoró está passando por reformas, levantando suspeitas por parte da Secretaria Nacional de Políticas Penais do Ministério da Justiça (Senappen) de que as obras possam ter facilitado a fuga dos dois detentos.

As autoridades do Rio Grande do Norte estão empenhadas nas buscas pelos fugitivos, com o apoio da Polícia Federal, que também está encarregada de investigar as responsabilidades no incidente.

Até o momento desta reportagem, a Senappen não havia oficialmente confirmado a fuga nem fornecido detalhes sobre o caso.

Esta fuga marca a primeira ocorrência desse tipo nos presídios federais do país. O Sistema Penitenciário Federal (SPF) é reconhecido por sua disciplina e procedimentos, nunca tendo havido fugas, rebeliões ou entrada de materiais ilícitos em suas unidades desde sua criação, conforme consta no site da Senappen.

O sistema foi estabelecido com o propósito de enfrentar o crime organizado, isolando líderes criminosos e presos de alta periculosidade. Além de Mossoró, há presídios federais em Catanduvas (PR), Campo Grande (MS), Porto Velho (RO) e Brasília (DF), destinados a receber detentos de alta periculosidade.

O Sistema Penitenciário Federal foi criado em 2006 com o intuito de combater o crime organizado, isolando líderes criminosos e indivíduos de alta periculosidade. Os critérios para a transferência de detentos para uma prisão federal incluem ter função de liderança ou participação significativa em organização criminosa, ser membro de quadrilha ou bando, e estar envolvido em crimes violentos ou com grave ameaça. Os detentos podem permanecer no sistema federal por até três anos, com possibilidade de prorrogação.