Imagem: Marcello Casal Jr.

Após registrar o primeiro índice negativo do ano em junho (-0,08%), a inflação oficial de preços ganhou força ao avançar 0,12% no mês de julho, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (11) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A gasolina, que é o subitem de maior peso individual no índice, foi o produto que mais impactou o resultado da inflação, com uma variação de 4,75% no mês. No mês anterior, em junho, o combustível havia apresentado uma queda de 1,14%.

André Almeida, analista responsável pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), explicou que essa variação ocorre apesar das reduções aplicadas nas refinarias. "A alta de julho reflete a reoneração de impostos, com a reintrodução da alíquota cheia de PIS e Cofins", esclareceu ele.

De acordo com o portal R7, o aumento no preço da gasolina teve um impacto decisivo no aumento de 1,5% no grupo de transportes. Quanto aos outros combustíveis (4,15%), foram registrados aumentos no gás veicular (3,84%) e no etanol (1,57%), enquanto o óleo diesel teve uma queda de 1,37%. As altas nas passagens aéreas (4,97%) e nos carros novos (1,65%) também contribuíram para o resultado.

Com a variação positiva de julho, a inflação oficial de preços do Brasil registra a primeira alta em um período de 12 meses desde junho de 2022, passando de 3,16% para 3,99%.

Almeida ressaltou que essa aceleração é resultado das três deflações consecutivas observadas em julho, agosto e setembro de 2022. "A queda de 0,68% de julho de 2022 foi substituída pelo aumento de 0,12%", explicou ele.

Apesar da leve alta, o indicador continua, pelo quinto mês consecutivo, dentro do intervalo da meta preestabelecida pelo governo para 2023, que é de 3,25%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual (variando de 1,75% a 4,75%).