A partir de fevereiro, o PSDB terá novo líder no Senado. A bancada escolheu Cássio Cunha Lima (PB), ligado ao presidenciável Aécio Neves. Súbito, Cássio passou a ouvir “murmúrios” sobre o suposto interesse de José Serra em acomodar na poltrona um senador do seu grupo, Aloysio Nunes Ferreira (SP). Achou estranho.

“Quando terminou o ano, a bancada já havia se manifestado pela minha indicação. Mas vou conversar com Aécio. Se ele julgar que é importante [ceder a liderança ao grupo de Serra], não vou fazer disso cavalo de batalha, não tenho obsessão pela liderança”, disse Cássio ao blog.

Ele prosseguiu: “Nosso objetivo é um só: demonstrar que partido está unido em torno de Aécio. Quem quiser ter um projeto político no PSDB terá que compreender que Aécio hoje tem de fato o comando do partido. Isso se exerce em todos os planos, inclusive na liderança do Senado. A palavra final é dele.”

Ex-governador da Paraíba, Cássio foi ao ponto: “O PSDB sempre prestigiou o Serra. Deu a ele legenda para ser deputado, senador, governador, prefeito e candidato à Presidência duas vezes. É um quadro importantíssimo, merece todo o respeito. Porém…”

“O PSDB fez uma opção clara pelo Aécio, é a vez dele. Se o Serra não aceitar isso, se quiser continuar fazendo esse embate interno, o melhor é ele repensar sua vida partidária dele.” Muita gente já está pelas tampas com Serra no PSDB. Mas Cássio é o primeiro a falar assim, em público, sobre o custo-benefício de sua permanência no PSDB, um agrupamento de amigos 100% feito de inimigos.

UOL