Segundo matéria publicada agora há pouco no site da Revista Época, o aeroporto de São Gonçalo do Amarante não tem previsão para início das obras e poderá não ficar pronto para a Copa 2014. Na matéria a revista faz um balanço dos aeroportos que não ficarão prontos no Brasil, e cita várias vezes o de São Gonçalo.

Veja a Matéria na íntegra.
  
Documento divulgado nesta quinta pelo Ipea aponta que nove aeroportos brasileiros não ficarão prontos a tempo. Além desses, o novo terminal de Natal - RN não tem nem previsão para ficar pronto


Redação Época
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/foto/0,,48028235,00.jpgO Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apresentou, nesta quinta-feira (14), um novo relatório apontando a precariedade da situação dos aeroportos brasileiros, e alertou: apenas três deles estarão completamente funcionais e operando com qualidade até a Copa de 2014. O documento, uma nota técnica elaborada pela entidade com dados dos setores público e privado, mostra um crescimento na utilização do transporte aéreo no Brasil, que em oito anos mais que dobrou, e afirma que, da forma como as obras andam, a grande maioria não estará pronta a tempo de nenhum dos eventos esportivos que o país sediará.

O Ipea analisou dados do transporte aeroviário no Brasil de 2003 até 2010, e constatou que, no ano passado, o movimento de passageiros nos aeroportos foi de 154 milhões de pessoas. Muito dos terminais operam acima de sua capacidade, e estão em situação crítica. “Durante esse período, o crescimento médio anual no número de passageiros foi de 10,2%”, afirma o documento. Para operar dentro de um limite confortável, um aeroporto deve ter taxa de ocupação de 80% de sua capacidade, mas o que os números mostram é que apenas três aeroportos brasileiros (Galeão - RJ, Salvador - BA e Recife - PE) em 2010 funcionavam dentro dessa margem. 

Mesmo os aeroportos que estão em situação adequada correm o perigo de enfrentar problemas nos próximos anos. 14 dos 20 maiores aeroportos do país estão numa situação de estrangulamento, operando acima de suas capacidades. “Para os aeroportos em situação adequada, a taxa média de ocupação passou de 64,6% para 71,3%. Em relação ao grupo em situação preocupante, a taxa média de ocupação passou de 89,5% para 94,4%. Finalmente, a taxa média de ocupação dos aeroportos em situação crítica passou de 164,3% para 187,2%”, diz a nota.

O que mais preocupa os especialistas no caso da rede de transporte aéreo brasileira é que não se enxerga uma solução dados os prazos curtos até os dois maiores eventos esportivos do país. Apesar de os investimentos públicos no setor terem aumentado de forma expressiva - foram R$ 8,8 bilhões entre 2003 e 2010 -, ainda há muitos percalços, como a excessiva demora da burocracia brasileira para aprovar todas as etapas de projetos de infraestrutura.


“Visando a Copa que será realizada no Brasil, o governo federal assegurou à Infraero a disponibilidade de recursos para investir R$ 5,6 bilhões em 13 aeroportos de 2011 a 2014. Isso representa R$ 1,4 bilhão ao ano, um valor bem maior que a média investida em 2003/2010 (R$ 430,3 milhões) e em 2010 (R$ 645,6 milhões)”, afirma a nota. Apesar de todo esse dinheiro, porém, o estudo aponta que o tempo médio de liberação das licenças de instalação, hoje, é de 38 meses para obras de infraestrutura - sem contar aí ainda os tempos para as licenças ambientais e outras autorizações políticas -, o que significa que, embora haja o dinheiro, não há tempo suficiente, segundo o Ipea.


“Se tudo ocorrer dentro dos prazos vigentes no país, uma obra de infraestrutura em transportes leva em média 92 meses para ficar pronta – mais de sete anos”, diz o Ipea. Isso significa que os aeroportos de Manaus - AM, Fortaleza-CE, Brasília-DF, Guarulhos-SP, Salvador-BA, Campinas-SP e Cuiabá-MT, por exemplo, no atual estágio em que se encontram, só poderiam ficar prontos em 2017. Confins-MG e Porto Alegre-RS levariam seis anos e meio, e o novo aeroporto em Natal - RN, São Gonçalo do Amarante, não tem nem previsão de conclusão. Dos 13 aeroportos com obras para a Copa de 2014, a nota técnica conclui que nove - são dez se considerado o novo aeroporto de Natal -, portanto, não terão condições de finalizar seus empreendimentos a tempo de receber o evento.


“Se mantidos os prazos médios para cumprimento das várias etapas dos projetos em infraestrutura de transportes no Brasil, dos 13 terminais que estão recebendo investimentos, dez não apresentam condições de conclusão até 2014.”
LH