O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, volta a ser ouvido nesta segunda-feira (14) pelo Supremo Tribunal Federal, em ações penais ligadas à tentativa de golpe de Estado em 2022. 

Ele já firmou acordo de delação premiada com a Polícia Federal e agora contribui com informações sobre três núcleos da trama, que envolvem 23 acusados:

  • Núcleo 2: Gerenciamento de ações (6 réus)

  • Núcleo 3: Ações coercitivas (10 réus)

  • Núcleo 4: Estratégias de desinformação (7 réus)

Principais revelações de Cid

🔸 Confirmação da tentativa de golpe: Disse que viu de perto os acontecimentos, embora não tenha participado, e reafirmou os depoimentos anteriores.

🔸 Participação de Bolsonaro na “minuta do golpe”: Cid afirmou que o ex-presidente recebeu, leu e alterou o documento, retirando trechos que mencionavam a prisão de autoridades — embora Alexandre de Moraes continuasse como alvo.

🔸 Pressão sobre o ministro da Defesa: Bolsonaro teria exigido um relatório “duro” das Forças Armadas contra as urnas eletrônicas, apesar de não haver evidência de fraudes.

🔸 Ligação com acampamentos golpistas: General Braga Netto, ex-ministro, seria o elo entre Bolsonaro e os acampamentos em frente aos quartéis.

🔸 Entrega de dinheiro em caixa de vinho: Braga Netto teria repassado recursos a Cid, que entregou ao major Rafael de Oliveira, integrante do grupo militar conhecido como “kids pretos”.

🔸 Monitoramento de Moraes: Houve pedidos para observar os movimentos do ministro, partindo de integrantes da equipe de Bolsonaro.

🔸 Plano “Punhal Verde e Amarelo”: Embora não tenha participado nem tido conhecimento prévio, Cid confirmou a existência de investigações sobre plano para assassinar autoridades como Lula, Alckmin e Moraes.

🔸 Acampamentos mantidos por omissão: Bolsonaro teria dito nos bastidores que não era sua função ordenar o fim dos protestos — uma postura que, segundo investigadores, reforçou os atos golpistas.

🔸 Ataques a Moraes: O ministro era alvo de memes e xingamentos nos círculos ligados aos militares investigados.