INSS autorizou 91 bancos a operarem crédito consignado em 5 anos, em meio a denúncias de fraude semelhante ao esquema da farra dos descontos

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Nos últimos cinco anos, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) autorizou 91 bancos a oferecerem crédito consignado para aposentados e pensionistas. No entanto, essa prática gerou uma onda de denúncias de fraude, com instituições financeiras aplicando descontos indevidos nos benefícios dos segurados. Muitos idosos afirmam nunca terem contratado empréstimos, mas sofreram retenções em seus pagamentos, revelando um esquema preocupante que se assemelha à chamada "farra dos descontos" já investigada anteriormente.

Entre as fraudes mais comuns, está o "empréstimo sobre a Reserva de Margem Consignável (RMC)", que destina parte da aposentadoria ao pagamento automático de cartões de crédito consignados. Isso levou muitos segurados a sofrerem cobranças que não autorizaram. O problema se agravou com a assinatura de diversos Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) pelo INSS, permitindo que bancos ampliassem suas operações de crédito. Investigações da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União apontam falhas na fiscalização e possíveis envolvimentos de altos funcionários do instituto.

Diante da crescente pressão pública, o novo presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, anunciou o bloqueio de novos descontos de empréstimos para segurados, buscando coibir fraudes. A decisão segue recomendações do Tribunal de Contas da União (TCU), que identificou um crescimento alarmante nas contratações de consignados. Enquanto autoridades tentam conter os abusos, vítimas desse sistema continuam lidando com prejuízos financeiros e a difícil tarefa de reaver valores descontados indevidamente.

Com informações do Metrópoles