O secretário municipal de Saúde de Natal, Cipriano Maia, afirmou na noite desta segunda-feira (22) que o Posto de Saúde do Conjunto Jiqui, no bairro Neópolis, permanecerá fechado. Convidado a participar de audiência pública sobre o tema com os usuários da unidade, atendendo a um convite do vereador Júlio Protásio (PSB), o secretário justificou que a decisão foi tomada em um função da realidade orçamentária do município. "Precisamos economizar, pois os recursos estão críticos. Para se ter uma ideia, a folha de pagamento apenas dos profissionais da Saúde está descoberta em R$ 67 milhões neste ano"', explicou.

A unidade de saúde básica no Conjunto Jiqui foi fechada há dez dias sem o conhecimento prévio da população, inclusive do prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves. Com a medida da secretaria, a comunidade usuária passará a ser atendida no Posto de Saúde do Conjunto Pirangi, a qual, segundo o secretário, fica localizado à 650m do Jiqui. 

"Fizemos esse cálculo da distância justamente para ter a certeza de que a população do Jiqui não seria prejudicada. Nós fechamos para mudar a forma de atendimento da unidade e agora a nossa prioridade será consolidar os serviços que estão em melhores condições. Pirangi conseguirá atender tranquilamente as duas comunidades, inclusive durante os três turnos do dia", afirmou Cipriano Maia.
O secretário ainda declarou que há uma parcela da população vivendo atualmente em situações bem piores. "Temos áreas com 50 mil pessoas que infelizmente não dispõem de atendimento básico. Precisamos de pelo menos mais 20 postos de saúde para conseguir atender todo mundo. Porém, para isso, é preciso recurso", disse. "Fui um construtor do SUS (Sistema Único de Saúde) aqui e não assumi esse cargo para fazer politicagem. Para reerguer o Sistema, é preciso responsabilidade". 

Vereadores cobram melhorias

O vereador Júlio Protásio, líder do prefeito na Câmara Municipal de Natal, explicou a necessidade de reunir a comunidade para que a Secretaria de Saúde pudesse apresentar as razões do fechamento do posto. "Os usuários devem ser informados de uma medida tão séria como essa. Na minha opinião, os postos do Jiqui e Pirangi têm que funcionar para atender suas demandas. Um posto de saúde fechado é bom para quem?", questionou.

Para o presidente da Comissão de Saúde da Câmara, vereador Fernando Lucena (PT), que também participou da audiência, é importante que a Prefeitura ouça as vozes das ruas. "Só sabe a importância de um posto de saúde quem usa". Já o parlamentar Adão Eridan (PR), membro da mesma Comissão, afirmou que esse cenário pode mudar. "Estou à disposição do Governo para aprovar projetos que venham beneficiar o povo, assim como fizemos recentemente, ao aprovar pauta que prevê a contratação de 1.500 profissionais da saúde", disse.

Fotos: Kalina Veloso
FONTE: ASSESSORIA