Deputado Marco Feliciano (PSC-SP) - Foto: Lula Marques/Folhapress

POR ERICH DECAT

Uma semana após a escolha do pastor Marco Feliciano (PSC-SP) para presidir a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, integrantes da bancada do partido vão se reunir para discutirem o impacto da indicação.

A reunião foi convocada pelo líder da bancada na Câmara, André Moura (SE), e deve ocorrer a partir das 14h de terça-feira (12).

Por meio de nota, o líder lamentou as reações ocorridas contra o pastor nas redes sociais e em manifestos realizados em várias cidades.

"Existem repercussões em todo o país que não devem ser desconsideradas pelo partido" diz Moura.

"Sinto que é preciso dialogar. Temos plena confiança que o deputado Feliciano desempenhará o cargo com eficiência e respeito a todas as correntes de opinião. Contudo, a Câmara dos Deputados e o PSC precisam estar em sintonia com o sentimento da sociedade brasileira", acrescenta.

Por meio da assessoria, o vice-presidente nacional do partido, Everaldo Pereira, disse que o partido manterá Feliciano no comando do colegiado e que o assunto está encerrado.

Também amanhã está prevista uma reunião entre deputados contrários à indicação de Feliciano. No encontro, estudam fazer um requerimento questionando o processo de escolha do deputado ocorrido na última quinta-feira (7).

AÇÕES

Polêmico por suas declarações, Marco Feliciano é alvo de uma ação penal e um inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal). Na ação penal, ele é acusado de estelionato por ter recebido R$ 13,3 mil para realizar dois cultos religiosos no Rio Grande do Sul, mas não comparecer aos eventos.

Segundo a denúncia do Ministério Público do Rio Grande do Sul, em 2008, Feliciano e um assessor firmaram um contrato para os shows religiosos, forneceram uma conta para o depósito da produtora, mas não compareceram.

Um dia antes do show, o deputado enviou um e-mail confirmando sua presença, mas a investigação comprovou que ele já tinha outros compromissos agendados.

A produtora do evento alega ter tido um prejuízo de R$ 100 mil com a ausência. O deputado seria a atração principal dos eventos.

No inquérito, de janeiro de 2013, ele é acusado de homofobia por um texto divulgado em seu Twitter. "A podridão dos sentimentos dos homoafetivos levam ao ódio, ao crime, à rejeição."

Ele pode ser enquadrado por induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, sujeito a reclusão de um a três anos e multa. O relator desse caso é o ministro Marco Aurélio Mello.

Quanto a essa questão, o pastor tem respondido que foi mal interpretado. "Julgar uma pessoa de 40 anos por 140 caracteres citados numa rede social, sem contexto, isso é uma violação dos direitos humanos", disse.

UOL / FOLHA