A chuva forte que atingiu o Estado do Rio de Janeiro na noite de domingo deixou ao menos 13 mortos na cidade de Petrópolis, na Região Serrana, a mais atingida pelo temporal que provocou deslizamentos de terra e alagamentos em consequência de transbordamento de rios.

Entre os mortos estão dois técnicos da Defesa Civil do município, informou o governador Sérgio Cabral (PMDB) durante visita nesta segunda-feira a Petrópolis, onde anunciou a liberação de 3 milhões de reais para um fundo de emergência municipal. Os técnicos trabalhavam no resgate de vítimas.

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Foram registrados 21 deslizamentos de terra em Petrópolis, causando a maioria das mortes, segundo os bombeiros.

"Estamos ainda em alerta máximo, total alerta máximo", disse Cabral a jornalistas.

"O prefeito (Rubens Bomtempo(PSB), de Petrópolis) está monitorando os riscos iminentes ainda. Fazemos um apelo a todos para que as pessoas deixem as áreas de risco, não fiquem em suas residências em áreas de risco", acrescentou.

Imagens de televisão mostraram o centro da cidade de Petrópolis alagado em consequência do transbordamento do rio Quitandinha, e diversos carros debaixo d'àgua. Também houve alagamentos na Baixada Fluminense. Os deslizamentos provocaram ainda bloqueios em estradas da região.

De acordo com a Secretaria da Defesa Civil e Corpo de Bombeiros estadual, a localidade mais afetada pela chuva em Petrópolis, Quitandinha, teve um acúmulo de 390 mm de precipitação em 24 horas. O esperado para o mês era 287 mm na cidade, segundo cálculos do Instituto Somar.

Também foram atingidos os municípios de Angra dos Reis, Mangaratiba, Niterói e Teresópolis.

A presidente Dilma Rousseff telefonou para o governador e ofereceu "todo o apoio necessário a Petrópolis e demais áreas atingidas pelas chuvas por parte do governo federal", informou a assessoria do governo do Estado. Dilma viajou a Roma e, na terça, participa da missa inaugural do papa Francisco no Vaticano.

A Região Serrana do Rio foi atingida em janeiro de 2011 pelo maior desastre climático da história do país, quando um outro temporal de grandes proporções deixou quase mil mortos e destruiu diversas casas, além de alterar a geografia e a topografia de bairros e localidades urbanas e rurais.

No início do ano passado a chuva também deixou vítimas na região, onde diversas obras de prevenção a desastres prometidas após a tragédia de 2011 ainda não foram feitas. Em alguns locais de risco foram implantados sistemas de sirenes, que segundo as autoridades contribuíram para uma redução no número de vítimas das chuvas.

Por Pedro Fonseca
REUTERS