Deputado há 42 anos e exercendo seu 11º mandato consecutivo, o peemedebista Henrique Eduardo Alves (RN), 64, é o novo presidente da Câmara dos Deputados. Ele ocupará o cargo pelos próximos dois anos.

Sua chegada ao posto consolida o PMDB no controle do Congresso, já que na semana passada Renan Calheiros (PMDB-RN) foi eleito para o comando do Senado.

Henrique Alves foi eleito com 271 votos, contra 165 de Júlio Delgado (PSB-MG), 47 de Rose de Freitas (PMDB-ES) e 11 de Chico Alencar (PSOL-RJ). Ao todo, 497 dos 513 deputados participaram da votação. Três deputados votaram em branco.

Acusações 

Conforme vem sendo revelado por setores da imprensa nacional, a empresa de um então assessor do deputado recebeu recursos por meio das emendas parlamentares indicadas pelo próprio Henrique Alves. A sede da empresa era simples, vigiada por um bode.

Na semana passada, Henrique Alves também passou a ser investigado pelo Ministério Público Federal por repassar R$ 357 mil para duas empresas de aluguel de veículos.

Antes da votação na Câmara, nesta segunda-feira, um material apócrifo foi distribuído nos gabinetes com acusações contra Henrique Alves.

O documento é baseado em uma sentença judicial e cópia de reportagens que o colocam sob suspeita. Na capa do material, está escrito: "candidato condenado no Rio Grande do Norte, com direitos políticos cassados e responde a vários processos".

Henrique Alves nega irregularidades nos casos. "Agora de repente, no período eleitoral, aparece isso, aparece aquilo. São labaredas que não chamuscam o alicerce de uma vida inteira que construí com trabalho, com coerência e com lealdade", disse.