Não foi por falta de aviso. Com 40 anos de vida pública, 11 mandatos de deputado federal, até então elogiado articulador político e uma eleição para presidente da Câmara em 2013 acertada, o líder do PMDB Henrique Eduardo Alves (RN), começou a entrar em desgraça desde que estabeleceu uma parceria classificada por alguns de "inexplicável e passional" com o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), desde que assumiu a liderança do partido. 

Em reuniões reservadas, Henriquinho, como ainda é chamado aos 62 anos, entrou em confronto direto com a cúpula do governo Dilma a ponto de acenar com a possibilidade de CPIs para defender as indicações políticas do aliado no segundo escalão. 

Membro de um dos clãs políticos mais influentes do Nordeste, a família Alves, o líder do PMDB é do grupo político do vice-presidente Michel Temer, que conseguiu manter certa distância do assédio e do apetite de Eduardo Cunha.
E Henrique não comprou briga só no governo para defender o amigo. Na bancada, apesar de muito querido, dizem que o líder está deixando de lado os pleitos dos demais correligionários para defender os de Cunha.
Eleição em 2013 ameaçada 
 
Suas últimas posições têm causado preocupação nos que o reconduziram à  liderança na semana passada. Não reconhecem nele, por exemplo, o estilo de fazer ameaças veladas, como no caso da citação de possíveis CPIs - muito mais estilo de Cunha - , caso o comando de Furnas fosse retirado do PMDB.
O confronto com a cúpula do governo é visto como um fator que poderá inclusive inviabilizar sua eleição para a Câmara em 2013, no acordo firmado com o PT. Como vice-líder do PMDB, Eduardo Cunha não arreda pé do gabinete de Henrique dia e noite. Na época do Temer presidente, também não saía de seu gabinete e ia com frequência à residência oficial.
- Esse pacto do Henrique com o Eduardo Cunha não pode ser apenas dívida política. Só uma relação que transcende a política pode justificar esse comportamento suicida dos últimos dias - avalia um líder peemedebista do Senado.
Fonte O Globo - Enviado Por IB