A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), nos dias de hoje, atinge aproximadamente 20-30 % entre os adultos no Brasil, acometendo mais homens. Entretanto, após a menopausa, as mulheres se tornam em maior numero de acordo com estudos feitos e isso, se deve talvez, ao efeito protetor do estrogênio (hormônio feminino). É uma doença de caráter crônico, de grande perigo para a saúde da população, já que pode atacar órgãos vitais do ser humano, tais como: coração, cérebro e rins.

Portanto, tais doenças como angina, infarto, AVE isquêmico, AVE hemorrágico, demência multivascular, nefroesclerose hipertensiva, entre outras, poderá ter sido originada de uma HAS não tratada ou tratada de maneira inadequada.

Podemos dividir a HAS em duas: A Primária e a Secundária: A primária, também chamada de hipertensão arterial essencial, que equivale a 95% dos casos e não tem uma causa conhecida, mas sabe-se que uma parte, cerca de 30-60% dos indivíduos acometidos possuem uma pré-disposição genética e ela é mais graves em pessoas de pele negra. Já a secundária, existe uma causa conhecida, podemos citar como principais: doenças parenquimatosas renais, estenose da artéria renal, uso de anticoncepcionais (hoje muito raro).

A grande maioria da população já sabe que os níveis de pressão acima ou igual a "14"(na sistólica) por "09"* (na diastólica) já é considerada hipertensão de grau 1. Esses números mágicos foram obtidos através de grandes estudos epidemiológicos e com isso constataram que pessoas que possuem um valor pressórico acima ou igual a esse comentado acima morriam mais de eventos cerebrovasculares, cardíacos e renais.

O diagnosticado de HAS no consultório se dá, em pelo menos, duas consultas com valores acima do “normal” em momentos diferentes ou se já na primeira consulta estiver com valores acima de "18" por "11"*, o diagnostico poderá ser fechado. Vale lembrar que o tratamento da HAS primária é para toda a vida e, portanto, o paciente jamais poderá abandoná-lo.

O tratamento poderá ser uma modificação nos hábitos de vida associado ou não a terapia farmacológica (uso de remédios). Nos hábitos de vida podemos citar: diminuir a ingestão  de sal ( a ingestão sódica aumenta a reabsorção de água e com isso aumenta o débito cardíaco  e como conseqüência a pressão arterial), correção da obesidade , parar de fumar, ingestão alcoólica moderada, exercícios físicos regulares (de 3-5 vezes por semana por 30-45 minutos), diminuição de cafeína e drogas ilícitas. No caso do tratamento ser associado a fármacos, o médico poderá usar diversos medicamentos que estão distribuídos em 10 classes.

Por fim, a HAS é, por muitos anos, uma doença assintomática, ou seja, silenciosa, causando assim um grande abandono no tratamento, pois o paciente não consegue entender o porquê de usar medicamentos, mesmo “aparentemente” não sentindo absolutamente nada. O bom mesmo é procurar um médico regularmente.

 Gledson Emanuel- Norte Rio-grandense - Acadêmico de Medicina da UNIVASF - Univ. Federal do Vale do São Francisco – Petrolina/PE. Email: pacau22@hotmail.com.
* Medida de pressão correta - 140/90mmHg e 180/110mmHg, respectivamente