Deu negativo o exame feito para verificar se o estudante de Direito Diego Coelho de Oliveira, 21, morto terça-feira, 21, por policiais, atirou nos agentes quando passava de moto numa barreira policial em Pium. O resultado foi divulgado no fim da tarde desta quinta-feira, 23, pelo delegado da 2ª DP de Parnamirim, Vanderley Alves Ferreira, que irá conduzir o inquérito. Um amigo de Diego, Luciano Cruz da Silva, 24, também não atirou nos policiais. Ainda não ficou pronto o exame de outra dupla em uma moto que acompanhava os dois.

"O resultado se contrapõe à parte da tese apresentada pelos policiais de que eles responderam a disparos da dupla", disse por telefone logo após a divulgação do exame o delegado Ferreira. Ele falou que a nova informação converge com o que já tinham adiantado algumas testemunhas ouvidas no inquérito.

Após receber a notícia, o pai de Diego, Francisco Ferreira de Oliveira, disse estar "muito satisfeito'' com o resultado do exame de resíduos, por confirmar o que ele vinha declarando à imprensa.

"É o que eu falo desde o começo do caso: meu filho nunca pegou nem numa arma de brinquedo. Todo mundo que conhece ele sabe que a versão da polícia não fazia sentido'', falou.

Ferreira falou que "ainda era cedo" para pensar no Estado como responsável pelo assassinato do filho por ainda estar sob forte comoção, mas espera que a polícia faça uma retratação. "Os comandantes devem começar a pensar em retratação. Eles não mataram um bandido. Além de sentirmos a dor da perda, a imagem da família ficou maculada com a versão apresentada. Tivemos que passar por esse constrangimento", disse.

Francisco Ferreira agora deseja o esclarecimento sobre uma foto de uma arma que estava no local. "Quero saber como é que pode essa arma ter aparecido, porque, quando as primeiras pessoas chegaram, não viram arma nenhuma', finalizou. (Renato Lisboa, do Diário de Natal)